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Resistência aos Antibióticos: Adiando o Inevitável (1/2)

Há apenas algumas décadas, os antibióticos eram considerados medicamentos milagrosos, pois eles funcionavam muito bem na cura de doenças letais. Porém, ironicamente muitos antibióticos têm se tornado menos efetivos, precisamente porque eles funcionam muito bem e são usados com freqüência.

Fazendo incursões contra as doenças infecciosas
A era dos antibióticos começou em 1929 com a observação de Alexandre Fleming de que as bactérias não cresciam perto de colônias do fungo Penicillium. Nas décadas que se seguiram a essa importante descoberta, moléculas produzidas por fungos e bactérias têm sido sucessivamente usadas para combater doenças bacterianas como tuberculose e pneumonia. Os antibióticos reduziram drasticamente os índices de morte associados com muitas doenças infecciosas.

As doenças infecciosas contra-atacam
A era de ouro dos antibióticos mostrou-se curta. Durante as últimas décadas, muitas cepas de bactérias têm adquirido resistência contra os antibióticos. Um exemplo disso é a Neisseria gonorrhoeae, a bactéria que causa gonorréia, mostrada ao lado. Nos anos 1960 a penicilina e a ampicilina podiam tratar diversos casos de gonorréia. Hoje, mais de 24% das bactérias de gonorréia nos Estados Unidos são resistentes a pelo menos um antibiótico e 98% das bactérias de gonorréia no sudeste da Ásia são resistentes a penicilina 1. Bactérias infecciosas são muito mais difíceis de controlar do que suas antecessoras eram, dez ou vinte anos atrás.

Os médicos sentem falta dos “bons velhos tempos”, quando os antibióticos que eles prescreviam consistentemente curavam seus pacientes. Porém, teorias evolutivas sugerem algumas táticas específicas para ajudar a diminuir a velocidade em que as bactérias se tornam resistentes as nossas drogas.

• Neisseria gonorrhoeae imagem fornecida por Dennis Kunkel Microscopy, Inc. (www.denniskunkel.com).
¹Perfil nacional de ocorrência e taxa de infecção de gonorréia do Centro para controle e prevençao de Doenças.