Resistência aos Antibióticos: Adiando o Inevitável (2/2)

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Aplicando nossos conhecimentos de evolução
Teorias evolutivas previram que a resistência aos antibióticos aconteceria. Com o tempo, hereditariedade e variação, qualquer organismo vivo (incluindo bactérias) irá evoluir quando uma pressão seletiva (como um antibiótico) é inserida. Mas a teoria evolutiva também proporciona aos médicos e pacientes algumas estratégias específicas para atrasar ainda mais a evolução generalizada da resistência aos antibióticos. Essas estratégias incluem:

  1. Não use antibióticos para tratar infecções virais.
    Antibióticos matam bactérias, não vírus. Se você tomar antibióticos para uma infecção viral (como um resfriado ou gripe), você não irá matar os vírus, mas irá inserir uma pressão seletiva nas bactérias em seu corpo, selecionando involuntariamente bactérias resistentes a antibióticos. Basicamente, é desejável que suas bactérias não sejam expostas a antibióticos, então se algum dia elas saírem de controle e causarem uma infecção com a qual o seu sistema imunológico não consegue lidar, elas poderão ser mortas por um antibiótico disponível.
  2. Evite doses moderadas de antibióticos por um longo período.
    Se uma infecção precisa ser tratada com antibióticos, a prescrição de uma dose forte por um curto período é preferível, para matar todas as bactérias causadoras de doenças, não deixando nenhuma bactéria sobrevivente. Qualquer bactéria que sobreviver a uma dose moderada provavelmente irá se tornar um pouco resistente. Basicamente, se você for inserir uma pressão seletiva (antibióticos), que seja uma dose tão forte que causará a extinção das bactérias causadoras de doenças no hospedeiro e não a sua evolução para formas resistentes.
  3. Quando for tratar com antibióticos uma infecção causada por bactérias, tome todos os comprimidos
    Assim como doses moderadas podem produzir resistência, um tratamento incompleto de antibióticos pode deixar bactérias sobreviverem e se adaptarem. Se você vai inserir uma pressão seletiva (antibióticos), que seja realmente forte e prolongada o suficiente para causar a extinção das bactérias causadoras de doenças e não sua evolução.
  4. Use uma combinação de drogas para tratar uma infecção bacteriana.
    Se uma droga em particular não ajudar com uma infecção bacteriana, você pode estar lidando com uma cepa resistente. Administrar uma dose mais forte do mesmo antibiótico apenas aumenta a força da mesma pressão seletiva - e pode inclusive causar a evolução de uma cepa super resistente. Ao invés, você pode tentar um antibiótico totalmente diferente, com o qual a bactéria nunca tenha entrado em contato antes. Essa nova e diferente pressão seletiva pode ter um resultado melhor, causando a sua extinção, não sua evolução.
  5. Reduza ou elimine o uso “preventivo” de antibióticos na pecuária e nas plantações.
    O uso desnecessário de antibióticos na agricultura e na pecuária pode causar a evolução de cepas resistentes. Mais tarde, quando realmente necessário, essas cepas não poderão ser controladas por antibióticos. O uso preventivo de antibióticos na pecuária e nas plantações pode inclusive inserir antibióticos nos corpos dos humanos que os consomem.
Resumindo, reconhecer bactérias como entidades evolutivas e entender o seu processo de evolução pode nos ajudar a controlar essa evolução, nos permitindo prolongar a vida útil dos antibióticos.

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Tradução em espanhol do site Entendendo a Evolução para Professores da Sociedade Espanhola de Evolução Biológica.