Similaridades genéticas: Wilson, Sarich, Sibley, e Ahlquist (1/3)

Para investigar como aves são relacionadas entre si, um biólogo dos anos 1950 teria estudado cuidadosamente suas similaridades e diferenças anatômicas, mas hoje, um cientista trabalhando no mesmo problema poderia, também, usar as próprias instruções a partir das quais se formaram aquelas características anatômicas: o código genético. Sequências de DNA formam as conexões hereditárias entre as gerações, então não é surpresa que cientistas que investigam relacionamentos evolutivos tenham que chegar cada vez mais perto do DNA que sustenta essas relações. Entretanto, a leitura de genomas completos de organismos não se seguiu imediatamente à descoberta do DNA nos anos de 1950. De passo em passo, cientistas chegam mais perto de seu alvo.

Os cientistas primeiro começaram a se aproximar das sequências genétina estudando os produtos do DNA: as proteínas. Afinal de contas, se duas espécies são intimamente relacionadas, elas devem ter sequências similares de genes, consequentemente deveriam produzir proteínas parecidas. Então, antes dos anos 1970, as proteínas eram usadas como substitutas dos genes no estudo da evolução.

Vincent Sarich
Allan Wilson

Testando Similaridades usando Anticorpos
Uma maneira de pesquisadores avaliarem as similaridades de proteínas era explorar a capacidade do sistema imunológico de reconhecer proteínas estranhas. Por exemplo, o sistema imunológico de um coelho irá reconhecer uma proteína humana como estranha e irá montar um ataque contra ela fazendo anticorpos específicos para essa proteína. Se esses mesmos anticorpos de coelhos forem expostos a uma proteína semelhante – de um chimpanzé, talvez – eles irão atacar também. Quanto mais similares forem as proteínas das duas espécies (ser humano e chimpanzé), mais forte será o segundo ataque. Embora variações dessa técnica estejam sendo empregadas desde 1904, protocolos mais sensíveis foram desenvolvidos nos anos de 1960. Essas técnicas mais sensíveis revelaram a similaridade notável entre proteínas de humanos e aquelas dos grandes símios. Expandindo o trabalho de outros e assumindo que a menor quantidade de diferenças proteicas corresponde a menores períodos de separação, Vincent Sarich (acima, à esquerda) e Allan Wilson (acima, à direita) estimaram que humanos, chimpanzés e gorilas compartilham um ancestral comum apenas há 5 milhões de anos atrás – um período de tempo muito menor do que era comumente aceitado na época.

Tempo de divergência e filogenia de hominídeos

Filogenia e tempos de divergência dos hominídeos, estimados a partir de dados imunológicos.

 

• Imagem do Sarich cortesia do UC Department of Anthropology, Berkeley.
• Imagem do Wilson cortesia do Allan Wilson Centre for Molecular Ecology and Evolution.


próxima página


Busca · Índice · Navegação · Direitos Autorais · Créditos · Contato
Entendendo a Evolução para Professores Início · Entendendo a Evolução Início

Veja outras opiniões do site Entendendo a Evolução

Tradução em espanhol do site Entendendo a Evolução para Professores da Sociedade Espanhola de Evolução Biológica.