Estudo de caso: por que tantos besouros?

Se você tivesse que escolher aleatoriamente uma espécie animal, provavelmente seria um besouro. Enquanto há 250.000 espécies de plantas descritas, 12.000 de nemátodas e apenas 4.000 de mamíferos, há mais de 350.000 espécies de besouros descritas, com muitos mais besouros para serem descobertos ainda!

Porcentagens de espécies descritas

Como se explica tantos besouros? Brian Farrell (1998) realizou um estudo filogenético que ajuda a responder essa questão. Ele reconstruiu a filogenia de todos os principais grupos de besouros e observou suas características alimentares. Essa pesquisa permitiu inferir o que os besouros ancestrais provavelmente comiam e quando a linhagem mudou para um novo tipo de comida. Suas evidências sugerem que linhagens diferentes de besouros mudaram para alimentar-se de plantas com flores (angiospermas) várias vezes durante suas histórias evolutivas. Para entender o que aconteceu quando essas mudanças ocorreram, Farrell comparou táxons irmãos, clados que são mais próximos entre si. Ele viu o mesmo padrão de novo e de novo (como apontado na representação abaixo): a linhagem que mudou para angiosperma sofreu especiações frequentes e se tornou muito diversa, enquanto a linhagem que não mudou tinha uma taxa menor de especiação e não se tornou muito diversa. “Alimentar-se de angiospermas” é associado com altas taxas de especiação (ou baixas taxas de extinção – é difícil dizer). O que torna essa conexão entre alimentação e diversidade tão convincente é que ela se mostra várias vezes na evolução dos besouros – a natureza replicou o experimento várias e várias vezes.

O que permanece sem ser descoberto é por que mudar para alimentar-se de angiospermas é associado com a radiação de besouros. Uma possibilidade é que mudar para angiospermas providenciou para que os besouros entrassem em um novo nicho. O fato de que uma vez que as linhagens mudavam de alimentação, algumas divergiam em linhagens que se especializavam, se alimentando de diferentes partes da planta (raiz, semente, folha, etc.) é consistente com a explicação. Essa diversificação constituiria uma radiação adaptativa. Entretanto, essa explicação ainda precisa ser testada com mais dados.

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Tradução em espanhol do site Entendendo a Evolução para Professores da Sociedade Espanhola de Evolução Biológica.