Aspectos
do Cerrado
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Poucas são as nossas unidades de conservação, com áreas bem significativas,
onde o Cerrado é o bioma dominante. Entre elas podemos mencionar o Parque
Nacional das Emas (131.832 ha), o Parque Nacional Grande Sertão Veredas
(84.000 ha), o Parque Nacional
da Chapada dos Guimarães (33.000 hs), o Parque Nacional da Serra da
Canastra (71.525 ha), o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (60.000
ha), o Parque Nacional de Brasília (28.000 ha). Embora estas áreas possam,
à primeira vista, parecer enormes, para a conservação de carnívoros
de maior porte, como a onça-pintada e a onça-parda, por exemplo, o ideal
seria que elas fossem ainda maiores.
Se considerarmos que cerca de 45% da área do Domínio do Cerrado já foram convertidos em pastagens cultivadas e lavouras diversas, é extremamente urgente que novas unidades de conservação representativas dos cerrados sejam criadas ao longo de toda a extensão deste Domínio, não só em sua área nuclear mas também em seus extremos norte, sul, leste e oeste. A criação de unidades de conservação com áreas menos significativas não deve, todavia, ser menosprezada. Quando adequadamente manejadas, elas também são de enorme importância para a preservação da biodiversidade. Só assim se conseguirá, em tempo, conservar o maior número de espécies de sua rica e variadíssima flora e fauna.
A grande maioria das atuais unidades de conservação, sejam elas federais,
estaduais ou municipais, acha-se hoje em uma situação de completo abandono,
com sérios problemas fundiários, de demarcação de terras e construção
de cêrcas, de acesso por estrada de rodagem, de comunicação, de gerenciamento,
de realização de benfeitorias necessárias, de pessoal em número e qualificação
suficientes etc. Quanto ao manejo de sua fauna e flora, então nem se
fale. Pouco ou nada se faz para conhecer as populações animais, seu
estado sanitário, sua dinâmica etc. Admite-se "a priori" que elas estão
bem pelo simples fato de estarem "protegidas" por uma cerca, quando
esta existe. Na realidade, isto poderá significar o seu fim. Problemas
de consangüinidade, viroses, verminoses, epidemias, poderão estar ocorrendo
entre os animais, dizimando-os dramaticamente, e nem se sabe disto.
Pesquisas a médio e longo prazo são essenciais para que
possamos compreender o que acontece com as populações
animais remanescentes nos cerrados. Paralelamente, espécies exóticas
de gramíneas, principalmente as de origem africana, como o capim-gordura,
o capim-jaraguá, a braquiária, estão invadindo estas unidades de conservação
e substituindo rapidamente as espécies nativas do seu riquíssimo estrato
herbáceo/subarbustivo. Dentro de alguns anos, ou décadas que seja, estas
unidades transformar-se-ão em verdadeiros pastos de gordura, jaraguá
ou braquiária e terão perdido, assim, toda a sua enorme riqueza de espécies
de outrora. É urgente inverter-se esta situação. |
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