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 +((Use títulos mais informativos para as seções))
  
 A coexistência entre((de/das)) espécies de uma comunidade é um processo mediado por diversos fatores, ligados a características ecológicas das espécies e muitas vezes a condições ambientais. Assume-se, por diferentes teorias, que ou espécies com fitness e taxa de crescimento bastante diferentes podem estruturar a comunidade((o que seria estruturar a comunidade aqui?)) (teoria de nicho), ou espécies com fitness e taxa de crescimento similares são responsáveis por essa estruturação (teoria neutra) (Adler, 2007; Cadotte, 2007).  A coexistência entre((de/das)) espécies de uma comunidade é um processo mediado por diversos fatores, ligados a características ecológicas das espécies e muitas vezes a condições ambientais. Assume-se, por diferentes teorias, que ou espécies com fitness e taxa de crescimento bastante diferentes podem estruturar a comunidade((o que seria estruturar a comunidade aqui?)) (teoria de nicho), ou espécies com fitness e taxa de crescimento similares são responsáveis por essa estruturação (teoria neutra) (Adler, 2007; Cadotte, 2007). 
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 A comunidade de pequenos mamíferos da Reserva Florestal do Morro Grande está sendo estudada em meu projeto de mestrado. A Reserva está localizada em uma área de Mata Atlântica contínua, com diferentes estádios de regeneração, e abrange cerca de 10.870 ha do município de Cotia (SP). Três grades de armadilhagem de 2 ha, com armadilhas Sherman e Pitfall foram estabelecidas na Reserva para a captura e recaptura dos indivíduos.   A comunidade de pequenos mamíferos da Reserva Florestal do Morro Grande está sendo estudada em meu projeto de mestrado. A Reserva está localizada em uma área de Mata Atlântica contínua, com diferentes estádios de regeneração, e abrange cerca de 10.870 ha do município de Cotia (SP). Três grades de armadilhagem de 2 ha, com armadilhas Sherman e Pitfall foram estabelecidas na Reserva para a captura e recaptura dos indivíduos.  
  
-Os objetivos do projeto se constituem em duas idéias. Primeiro, saber como cada espécie de pequeno mamífero da comunidade utiliza o espaço, pois isto fornece informações importantes sobre sua ecologia e seu comportamento (Worton, 1987). Para tanto, características importantes como tamanho e forma da área de vida de indivíduos e a sua sobreposição serão medidas (Slade e Russel, 1998). Além disso, a distribuição das freqüências das distâncias movidas pelo indivíduo serão medidas, e estas podem revelar informações sobre a capacidade de deslocamento de uma espécie. +Os objetivos do projeto se constituem em duas idéias. Primeiro, saber como cada espécie de pequeno mamífero da comunidade utiliza o espaço, pois isto fornece informações importantes sobre sua ecologia e seu comportamento (Worton, 1987). Para tanto, características importantes como tamanho e forma da área de vida de indivíduos e a sua sobreposição serão medidas (Slade e Russel, 1998). Além disso, a distribuição das freqüências das distâncias movidas((percorridas?)) pelo indivíduo serão medidas, e estas podem revelar informações sobre a capacidade de deslocamento de uma espécie. 
  
 Outra importante característica relacionada ao uso do espaço é a densidade populacional, a qual influencia fortemente o tamanho e a sobreposição das áreas de vida Slade e Swihart, 1983; Martins, 2006), através da competição por uso de espaço e recursos e, conseqüentemente, o deslocamento das espécies (Getz et al., 2005). Geralmente, mudanças na área de vida acompanham mudanças na densidade da população (Slade e Swihart, 1983), de tal forma que o tamanho da área de vida varia inversamente com a densidade da população, quando se trata de uma espécie territorial (Getz, 1961; Bergallo 1990; Lira et al., 2007). Por outro lado, em espécies não territoriais pode ocorrer a sobreposição de áreas de vida com o aumento de densidade, sem acarretar uma diminuição do tamanho da área de vida (Bergallo e Magnusson, 2004).  Outra importante característica relacionada ao uso do espaço é a densidade populacional, a qual influencia fortemente o tamanho e a sobreposição das áreas de vida Slade e Swihart, 1983; Martins, 2006), através da competição por uso de espaço e recursos e, conseqüentemente, o deslocamento das espécies (Getz et al., 2005). Geralmente, mudanças na área de vida acompanham mudanças na densidade da população (Slade e Swihart, 1983), de tal forma que o tamanho da área de vida varia inversamente com a densidade da população, quando se trata de uma espécie territorial (Getz, 1961; Bergallo 1990; Lira et al., 2007). Por outro lado, em espécies não territoriais pode ocorrer a sobreposição de áreas de vida com o aumento de densidade, sem acarretar uma diminuição do tamanho da área de vida (Bergallo e Magnusson, 2004). 
  
-Diante dessas situações de sobreposição ou territorialidade, podemos entender como a coexistência se estrutura, se por subdivisão de espaço ou por sobreposição. Além disso, podemos inferir quais interações são mais fortes dentro da comunidade, se as intraespecíficas ou as interespecíficas. Hipoteticamente, poder-se-ia pensar que se houver uma elevada sobreposição de áreas entre espécies e uma subdivisão das áreas de vida de indivíduos da mesma espécie, há um mecanismo estabilizante operando na comunidade. Além disso, as espécies poderão ter diferentes capacidades de deslocamento, o que podem sintetizar o seu maior ou menor poder de dispersão. Caso haja diferentes capacidades de deslocamento, isso poderia refletir a presença de um tradeoff entre elas, assim reforçando mecanismos estabilizantes. +Diante dessas situações de sobreposição ou territorialidade, podemos entender como a coexistência se estrutura, se por subdivisão de espaço ou por sobreposição. Além disso, podemos inferir quais interações são mais fortes dentro da comunidade, se as intraespecíficas ou as interespecíficas((como?)). Hipoteticamente, poder-se-ia pensar que se houver uma elevada sobreposição de áreas entre espécies e uma subdivisão das áreas de vida((o que esta subdivisão, e como será reconhecida?)) de indivíduos da mesma espécie, há um mecanismo estabilizante operando na comunidade. Além disso, as espécies poderão ter diferentes capacidades de deslocamento, o que podem sintetizar o seu maior ou menor poder de dispersão. Caso haja diferentes capacidades de deslocamento, isso poderia refletir a presença de um tradeoff entre elas, assim reforçando mecanismos estabilizantes((apenas se as competidoras inferiores forem as melhores dispersoras))
-Já a densidade é aqui contextualizada como um parâmetro que influencia o uso de espaço, pois é esperado haver uma influência intraespecífica no uso de espaço em decorrência do tamanho populacional daquela espécie. +Já a densidade é aqui contextualizada como um parâmetro que influencia o uso de espaço, pois é esperado haver uma influência intraespecífica no uso de espaço em decorrência do tamanho populacional daquela espécie((realmente não compreendi))
  
-Ainda em relação à densidade, é esperado que espécies que são generalistas de habitat sejam maus competidores em ambientes como os de florestas (como, por exemplo, na Reserva do Morro Grande), mas são boas dispersoras. Dessa forma, essas espécies conseguem habitar a Reserva, contudo possivelmente terão suas densidades menores do que as espécies especialistas. Já espécies dominantes da comunidade, ou seja, as que possuem as maiores densidades, são as melhores competidoras, já que devem ser capazes de explorar bem o espaço para manter altas densidades. Assim, o tradeoff bom competidor- ruim colonizador operaria nessa comunidade.+Ainda em relação à densidade, é esperado que espécies que são generalistas de habitat sejam maus competidores em ambientes como os de florestas (como, por exemplo, na Reserva do Morro Grande), mas são boas dispersoras. Dessa forma, essas espécies conseguem habitar a Reserva, contudo possivelmente terão suas densidades menores do que as espécies especialistas. Já espécies dominantes da comunidade, ou seja, as que possuem as maiores densidades, são as melhores competidoras, já que devem ser capazes de explorar bem o espaço para manter altas densidades. Assim, o tradeoff bom competidor- ruim colonizador operaria nessa comunidade((certo, mas para isto é preciso ter dados de abundância e também de capacidade de dispersão de cada espécie. Mais importante, o número de capturas nas armadilhas depende destes dois atributos, portanto não pode ser usado para medir apenas um deles)).
  
-Por meio dessas medidas de uso de espaço, será criado um “índice de uso de espaço”, que sintetize para cada espécie um “valor biológico” e assim o coloque na hierarquia competitiva presente na comunidade. +Por meio dessas medidas de uso de espaço((qual medida? Tamanho da área de vida? Diversidade de hábitats usados?)), será criado um “índice de uso de espaço”, que sintetize para cada espécie um “valor biológico”((o que seria isto?)) e assim o coloque na hierarquia competitiva presente na comunidade ((quem usa mais espaço é melhor competidor?))
-O segundo objetivo do projeto é correlacionar esse índice com a vulnerabilidade à extinção de cada espécie. Essa vulnerabilidade será a razão entre o número de fragmentos florestais de diferentes tamanhos, em que a espécie está presente e o número total de fragmentos estudados. Estes dados foram coletados na região de Tapiraí (SP), e fizeram parte da tese de Adriana de A. Bueno (2008). Nessa tese foi observado que espécies endêmicas são mais vulneráveis a fragmentação, enquanto as generalistas persistem em fragmentos menores. As espécies especialistas de habitat possuem um tradeoff com as espécies generalistas de habitat e de maneira geral assume-se que as espécies dominantes, as quais possuem altas densidades populacionais em determinado local, têm uma menor vulnerabilidade à fragmentação (Pimm et al., 1988), já que a maior densidade leva a maior tamanho populacional e conseqüentemente a menor chance de sofrer com efeitos estocásticos em habitats fragmentados.+O segundo objetivo do projeto é correlacionar esse índice com a vulnerabilidade à extinção de cada espécie. Essa vulnerabilidade será a razão entre o número de fragmentos florestais de diferentes tamanhos, em que a espécie está presente e o número total de fragmentos estudados. Estes dados foram coletados na região de Tapiraí (SP), e fizeram parte da tese de Adriana de A. Bueno (2008). Nessa tese foi observado que espécies endêmicas são mais vulneráveis a((à)) fragmentação, enquanto as generalistas persistem em fragmentos menores. As espécies especialistas de habitat possuem um tradeoff com as espécies generalistas de habitat((tradeoff opera em cada espécie, e não é uma relação entre espécies)) e de maneira geral assume-se que as espécies dominantes, as quais possuem altas densidades populacionais em determinado local, têm uma menor vulnerabilidade à fragmentação((aguns parágrafos acima você afirmou que as especialistas deveriam ter maiores abundâncias)) (Pimm et al., 1988), já que a maior densidade leva a maior tamanho populacional e conseqüentemente a menor chance de sofrer com efeitos estocásticos em habitats fragmentados.
  
-Esse tradeoff pode ser observado ao se comparar as comunidades de pequenos mamíferos de áreas continuas com áreas fragmentadas. Algumas espécies são mais abundantes que outras em ambientes contínuos e, quando há a fragmentação, ocorre uma mudança tanto na presença de espécies como nas abundâncias relativas delas. Assim, as espécies seriam especialistas nas condições ecológicas propiciadas pelo ambiente contínuo, mas teriam pouca plasticidade para responder a alteração de habitat. O tradeoff seria, portanto, uma relação entre capacidade de competição e especialização, de um lado, e a plasticidade de resposta a alterações do habitat, do outro. Dessa forma, espécies com baixas densidades seriam competidores ruins, mas seriam menos vulneráveis à alteração do habitat, já que não são especialistas daquelas condições originais. +Esse tradeoff pode ser observado ao se comparar as comunidades de pequenos mamíferos de áreas continuas com áreas fragmentadas. Algumas espécies são mais abundantes que outras em ambientes contínuos e, quando há a fragmentação, ocorre uma mudança tanto na presença de espécies como nas abundâncias relativas delas. Assim, as espécies seriam especialistas nas condições ecológicas propiciadas pelo ambiente contínuo, mas teriam pouca plasticidade para responder a alteração de habitat. O tradeoff seria, portanto, uma relação entre capacidade de competição e especialização, de um lado, e a plasticidade de resposta a alterações do habitat, do outro. Dessa forma, espécies com baixas densidades((nos fragmentos? Me soa estranho, pois na área fragmentada as espécies mais capturadas são as generalistas))  seriam competidores ruins, mas seriam menos vulneráveis à alteração do habitat, já que não são especialistas daquelas condições originais.
  
-Já foi diagnosticado em diversos trabalhos com comunidade de pequenos mamíferos em fragmentos florestais (Viveiros de Castro e Fernandez, 2004; Pardini et al., 2005; Bueno, 2008) que as espécies respondem de maneira diferente à fragmentação, sendo algumas mais vulneráveis que outras, significando que há uma diferente resposta a mudanças ambientais e conseqüentemente uma marcante similaridade limitante, pois se a similaridade de fitness fosse muito elevada, esperar-se-ia que a grande maioria das espécies respondessem igualmente à fragmentação (Tilman, 1994). Portanto, a coexistência dessas espécies é mediada por diferenças em seus fitness, ou seja, um processo estabilizador, somando-se a eventos estocásticos, refletindo a teoria de nicho estocástica. +Já foi diagnosticado em diversos trabalhos com comunidade de pequenos mamíferos em fragmentos florestais (Viveiros de Castro e Fernandez, 2004; Pardini et al., 2005; Bueno, 2008) que as espécies respondem de maneira diferente à fragmentação, sendo algumas mais vulneráveis que outras, significando que há uma diferente resposta a mudanças ambientais e conseqüentemente uma marcante similaridade limitante(( quer dizer que estas diferenças existem em virtude de segregação de nichos devido a competição passada?)), pois se a similaridade de fitness fosse muito elevada, esperar-se-ia que a grande maioria das espécies respondessem igualmente à fragmentação (Tilman, 1994). Portanto, a coexistência dessas espécies é mediada por diferenças em seus fitness((vc já sabe a resposta de sua tese, então?)), ou seja, um processo estabilizador, somando-se a eventos estocásticos((quais?)), refletindo a teoria de nicho estocástica. ((Apreciação geral: foi muito difícil acompanhar seus argumentos, creio que por problemas de organização do texto, e fundamentação lógica e empírica das afirmativas. Fiz comentários específicos em vários pontos para ilustrar, mas não são exaustivos)).
  
  
ensaios/thais_kubik_martins.1258592574.txt.gz · Última modificação: 2011/07/20 14:39 (edição externa)
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