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ensaios:2020:start [2021/01/12 02:15] – [Resiliência e governança em sistemas sócio-ecológicos] pauloensaios:2020:start [2021/01/12 02:17] – [Resiliência e governança em sistemas sócio-ecológicos] paulo
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 Fig.2: Estados alternativos em diferentes comunidades ecológicas (1 e 4), alterações ambientais que erodiam a resiliência dos sistemas (2) e o gatilho para a transição crítica. Retirado de: Folke et al., 2004.  Fig.2: Estados alternativos em diferentes comunidades ecológicas (1 e 4), alterações ambientais que erodiam a resiliência dos sistemas (2) e o gatilho para a transição crítica. Retirado de: Folke et al., 2004. 
  
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 Após revisão sistemática da literatura da área, Biggs et al. 2012 identificaram sete princípios que podem aumentar a resiliência da provisão de SE em SSEs, dos quais três estão ligados a propriedades e processos genéricos dos SSEs e quatro relacionam-se à sua governança (Fig. 3). Nesta proposta, nota-se a relevância da governança para a manutenção da resiliência dos SSEs. As autoras fazem uma distinção muito pertinente entre governança e manejo. O conceito de governança possui algumas definições; segundo as autoras, governança refere-se aos processos políticos e sociais de definição de metas para manejo; de maneira mais geral, outros autores consideram que a governança abarca instituições governamentais e também instituições informais que operam no âmbito público (Bøås, 1998 citado por Weiss, 2000) e inclui a gestão consciente das estruturas de um sistema com o objetivo de aumentar a legitimidade das ações públicas (Hyden, 1992 citado por Ruhanen et al., 2010). Um desdobramento do conceito é a governança ambiental, que pode ser entendida como o estabelecimento, afirmação ou mudança de instituições para resolver conflitos ambientais (Paavola, 2007). Já o manejo de SSEs é definido por Biggs et al. (2012) como as ações em si que são tomadas para atingir os objetivos determinados pela governança em relação ao SSE e a resiliência de seus SE, incluindo implementação e monitoramento de estratégias diversas.  Após revisão sistemática da literatura da área, Biggs et al. 2012 identificaram sete princípios que podem aumentar a resiliência da provisão de SE em SSEs, dos quais três estão ligados a propriedades e processos genéricos dos SSEs e quatro relacionam-se à sua governança (Fig. 3). Nesta proposta, nota-se a relevância da governança para a manutenção da resiliência dos SSEs. As autoras fazem uma distinção muito pertinente entre governança e manejo. O conceito de governança possui algumas definições; segundo as autoras, governança refere-se aos processos políticos e sociais de definição de metas para manejo; de maneira mais geral, outros autores consideram que a governança abarca instituições governamentais e também instituições informais que operam no âmbito público (Bøås, 1998 citado por Weiss, 2000) e inclui a gestão consciente das estruturas de um sistema com o objetivo de aumentar a legitimidade das ações públicas (Hyden, 1992 citado por Ruhanen et al., 2010). Um desdobramento do conceito é a governança ambiental, que pode ser entendida como o estabelecimento, afirmação ou mudança de instituições para resolver conflitos ambientais (Paavola, 2007). Já o manejo de SSEs é definido por Biggs et al. (2012) como as ações em si que são tomadas para atingir os objetivos determinados pela governança em relação ao SSE e a resiliência de seus SE, incluindo implementação e monitoramento de estratégias diversas. 
  
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 Fig.3: os setes princípios para resiliência de SE em SSEs. Três princípios relacionam-se a propriedades chaves do SSE para serem manejadas e quatro referem-se a atributos do sistema de governança do SSE. CAS: “complex adaptative system”, i.e, sistema complexo adaptativo. Retirado de: Biggs et al., 2012.  Fig.3: os setes princípios para resiliência de SE em SSEs. Três princípios relacionam-se a propriedades chaves do SSE para serem manejadas e quatro referem-se a atributos do sistema de governança do SSE. CAS: “complex adaptative system”, i.e, sistema complexo adaptativo. Retirado de: Biggs et al., 2012. 
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 A principal crítica do framework de análise de resiliência em SSEs e sua relação com governança é que ainda faltam explicações mecanísticas para a compreensão destes princípios, muito em razão da dificuldade em se aplicar abordagens mais tradicionais de mensuração de atributos e coleta de dados quantitativos em sistemas tão complexos como os sócio-ecológicos (Biggs et al., 2012; Sterk et al., 2017). Também é preciso desenvolver um melhor entendimento sobre como operacionalizar tais princípios em diferentes contextos de modo que seja possível avaliar como eles podem ser aplicados e melhorados. Assim, fica claro que ainda há muitas contribuições que podem ser feitas para a compreensão da resiliência em SSEs, em especial em relação aos seus sistemas de governança. Sem dúvidas, o conceito de resiliência permite olhar para sistemas complexos por uma ótica promissora, que ao abordar diretamente a incerteza e adaptação de SSEs estimulou pesquisas sobre governança (Berkes, 2017). Acredito que o conceito pode ser muito valioso para a compreensão de sistemas complexos, que englobam não apenas as comunidades puramente biológicas, mas também (e principalmente) a inter-relação entre humanos e meio ambiente.  A principal crítica do framework de análise de resiliência em SSEs e sua relação com governança é que ainda faltam explicações mecanísticas para a compreensão destes princípios, muito em razão da dificuldade em se aplicar abordagens mais tradicionais de mensuração de atributos e coleta de dados quantitativos em sistemas tão complexos como os sócio-ecológicos (Biggs et al., 2012; Sterk et al., 2017). Também é preciso desenvolver um melhor entendimento sobre como operacionalizar tais princípios em diferentes contextos de modo que seja possível avaliar como eles podem ser aplicados e melhorados. Assim, fica claro que ainda há muitas contribuições que podem ser feitas para a compreensão da resiliência em SSEs, em especial em relação aos seus sistemas de governança. Sem dúvidas, o conceito de resiliência permite olhar para sistemas complexos por uma ótica promissora, que ao abordar diretamente a incerteza e adaptação de SSEs estimulou pesquisas sobre governança (Berkes, 2017). Acredito que o conceito pode ser muito valioso para a compreensão de sistemas complexos, que englobam não apenas as comunidades puramente biológicas, mas também (e principalmente) a inter-relação entre humanos e meio ambiente. 
  
-==Referências== +== Referências ==
  
 Anderies, J.M., Walker, B.H., Kinzig, A.P., 2006. Fifteen Weddings and a Funeral: Case Studies and Resilience-based Management. E&S 11, art21. https://doi.org/10.5751/ES-01690-110121 Anderies, J.M., Walker, B.H., Kinzig, A.P., 2006. Fifteen Weddings and a Funeral: Case Studies and Resilience-based Management. E&S 11, art21. https://doi.org/10.5751/ES-01690-110121
ensaios/2020/start.txt · Última modificação: 2021/01/12 02:22 por paulo
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