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ensaios:renato_a._ferreira_de_lima [2009/10/03 00:42] – criada renato | ensaios:renato_a._ferreira_de_lima [2011/07/20 14:40] (atual) – edição externa 127.0.0.1 | ||
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- | ===== Renato A. F. de Lima ===== | + | ===== Renato A. Ferreira |
Doutorando em Ecologia, Instituto de Biociências, | Doutorando em Ecologia, Instituto de Biociências, | ||
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Como dito acima, atribuir essas diferenças a fatores determinísticos seria o usual. Contudo, percebi durante as leituras das disciplinas a possibilidade de que eventos neutros também estejam atuando na estruturação destas comunidades arbóreas em diferentes escalas (Adler et al. 2006). Dentro desta nova perspectiva introduzida pela Teoria Neutra da Biodiversidade os fatores determinísticos (e.g. número ou área disponível de ambientes propícios ao desenvolvimento vegetal), teriam pouco poder explicativo sobre o número de espécies e diversidade destas comunidades. Ou seja, a diferença na riqueza e diversidade entre as formações seria mais bem explicada por processos relacionados à dispersão, natalidade e mortalidade das espécies para nestas florestas. Por exemplo, a taxa de imigração de espécies no Cerradão e na Restinga seria menor que na Floresta Ombrófila e na floresta Estacional e isso levaria a um menor número de espécies presentes na comunidade local (parcela permanente). Ou talvez, estas comunidades locais não tenham tido tempo suficiente para atingir o equilíbrio, | Como dito acima, atribuir essas diferenças a fatores determinísticos seria o usual. Contudo, percebi durante as leituras das disciplinas a possibilidade de que eventos neutros também estejam atuando na estruturação destas comunidades arbóreas em diferentes escalas (Adler et al. 2006). Dentro desta nova perspectiva introduzida pela Teoria Neutra da Biodiversidade os fatores determinísticos (e.g. número ou área disponível de ambientes propícios ao desenvolvimento vegetal), teriam pouco poder explicativo sobre o número de espécies e diversidade destas comunidades. Ou seja, a diferença na riqueza e diversidade entre as formações seria mais bem explicada por processos relacionados à dispersão, natalidade e mortalidade das espécies para nestas florestas. Por exemplo, a taxa de imigração de espécies no Cerradão e na Restinga seria menor que na Floresta Ombrófila e na floresta Estacional e isso levaria a um menor número de espécies presentes na comunidade local (parcela permanente). Ou talvez, estas comunidades locais não tenham tido tempo suficiente para atingir o equilíbrio, | ||
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+ | Figura 1. Estrutura diamétrica das quatro comunidades arbóreas estudadas. Legenda: EEC= Floresta Estacional; EEA= Cerradão; PEIC= Floresta de Restinga; PECB= Floresta Ombrófila. | ||
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+ | Figura 2. Distribuição de abundância relativa das espécies nas quatro comunidades estudadas. Legenda: EEC= Floresta Estacional; EEA= Cerradão; PEIC= Floresta de Restinga; PECB= Floresta Ombrófila. | ||
Neste contexto, o objetivo passa a ser detectar e quantificar a participação relativa de processos neutros e de processos de nicho na estruturação dessas comunidades. Será que a participação deles é a mesma nos diferentes tipos de floresta? Condições ambientais mais limitantes ao desenvolvimento vegetal favoreceriam um tipo de processo em detrimento do outro? Para verificar estas perguntas, o ideal seria construir modelos que pudessem considerar isoladamente e em conjunto a participação de processos neutros e de processos de nicho. Um primeiro modelo, mais simples, consideraria apenas processos aleatórios em sua formulação. Um segundo modelo levaria em consideração os aspectos relacionados à diversidade e disponibilidade de nichos disponíveis. E um terceiro modelo, mais complexo, iria unir processos neutros e de nicho num só modelo. Cada um destes modelos verbais seria então comparado com os dados empíricos de cada uma das formações florestais estudadas. Aquele modelo que se ajustasse melhor aos dados seria aquele que está mais próximo da realidade em cada uma das condições ambientais estudadas. Assim, acredito que a contribuição relativa de cada um destes processos possa ser avaliada. Da mesma forma, poderia ser avaliado se a união dos dois processos num só modelo aumenta seu poder explicativo. | Neste contexto, o objetivo passa a ser detectar e quantificar a participação relativa de processos neutros e de processos de nicho na estruturação dessas comunidades. Será que a participação deles é a mesma nos diferentes tipos de floresta? Condições ambientais mais limitantes ao desenvolvimento vegetal favoreceriam um tipo de processo em detrimento do outro? Para verificar estas perguntas, o ideal seria construir modelos que pudessem considerar isoladamente e em conjunto a participação de processos neutros e de processos de nicho. Um primeiro modelo, mais simples, consideraria apenas processos aleatórios em sua formulação. Um segundo modelo levaria em consideração os aspectos relacionados à diversidade e disponibilidade de nichos disponíveis. E um terceiro modelo, mais complexo, iria unir processos neutros e de nicho num só modelo. Cada um destes modelos verbais seria então comparado com os dados empíricos de cada uma das formações florestais estudadas. Aquele modelo que se ajustasse melhor aos dados seria aquele que está mais próximo da realidade em cada uma das condições ambientais estudadas. Assim, acredito que a contribuição relativa de cada um destes processos possa ser avaliada. Da mesma forma, poderia ser avaliado se a união dos dois processos num só modelo aumenta seu poder explicativo. |