Aqui você vê as diferenças entre duas revisões dessa página.
Ambos lados da revisão anteriorRevisão anteriorPróxima revisão | Revisão anterior | ||
ensaios:paula_alves_conde [2009/10/01 22:48] – paulac | ensaios:paula_alves_conde [2011/07/20 14:40] (atual) – edição externa 127.0.0.1 | ||
---|---|---|---|
Linha 9: | Linha 9: | ||
A história da Ecologia é muito marcada pela idéia de nicho e as implicações de seus desenvolvimentos teóricos. Desde Grinnell (1917), e mais formalmente desde Hutchinson (1957, 1959), ecólogos desenvolveram estruturas teóricas para o conceito ecológico de nicho na busca de explicar a coexistência de espécies com características similares nas comunidades ecológicas. Para Hutchinson (1957, 1959) o conceito de nicho definido como um “hipervolume” incluí limite de sobreposição da utilização de recursos entre espécies similares e escalas de tolerância para variáveis físicas do ambiente. Sua idéia sobre o nicho fundamental e realizado invoca a competição para explicar porque as espécies ocupam somente um subconjunto do espaço do nicho que é apropriado para elas na ausência de concorrentes (Hubbell, 2005). | A história da Ecologia é muito marcada pela idéia de nicho e as implicações de seus desenvolvimentos teóricos. Desde Grinnell (1917), e mais formalmente desde Hutchinson (1957, 1959), ecólogos desenvolveram estruturas teóricas para o conceito ecológico de nicho na busca de explicar a coexistência de espécies com características similares nas comunidades ecológicas. Para Hutchinson (1957, 1959) o conceito de nicho definido como um “hipervolume” incluí limite de sobreposição da utilização de recursos entre espécies similares e escalas de tolerância para variáveis físicas do ambiente. Sua idéia sobre o nicho fundamental e realizado invoca a competição para explicar porque as espécies ocupam somente um subconjunto do espaço do nicho que é apropriado para elas na ausência de concorrentes (Hubbell, 2005). | ||
- | O princípio central da teoria de nicho foi proposta por Gause em 1934, conhecido como o “princípio da exclusão competitiva”, | + | O princípio central da teoria de nicho foi proposta por Gause em 1934, conhecido como o “princípio da exclusão competitiva”, |
=== Seção 2 === | === Seção 2 === | ||
A Teoria Neutra da Biodiversidade de Hubbell é considerada por muitos ecólogos como uma ruptura radical das teorias estabelecidas de nicho (Chave, 2004). A premissa mais provocativa dessa teoria na comunidade científica é a considerada equivalência funcional ou “simetria” entre as espécies (Cassemiro & Padial, 2008). Essa premissa considera que os organismos de todas as espécies possuem propriedades equivalentes em eventos de nascimento, morte, dispersão e especiação, | A Teoria Neutra da Biodiversidade de Hubbell é considerada por muitos ecólogos como uma ruptura radical das teorias estabelecidas de nicho (Chave, 2004). A premissa mais provocativa dessa teoria na comunidade científica é a considerada equivalência funcional ou “simetria” entre as espécies (Cassemiro & Padial, 2008). Essa premissa considera que os organismos de todas as espécies possuem propriedades equivalentes em eventos de nascimento, morte, dispersão e especiação, | ||
- | A TNB foi construída com base nos fundamentos da teoria de biogeografia de ilhas de MacArthur & Wilson | + | A TNB foi construída com base nos fundamentos da teoria de biogeografia de ilhas de MacArthur & Wilson |
A TNB usa a mesma estrutura matemática da teoria neutra da genética de populações para populações finitas (Hubbell, 2001), que postula que eventos aleatórios afetam a freqüência de alelos em uma população (Ewens, 1972). Analogamente, | A TNB usa a mesma estrutura matemática da teoria neutra da genética de populações para populações finitas (Hubbell, 2001), que postula que eventos aleatórios afetam a freqüência de alelos em uma população (Ewens, 1972). Analogamente, | ||
Linha 34: | Linha 34: | ||
=== Referências === | === Referências === | ||
+ | Alonso, D.; Etienne R. S. & McKane A. J. 2006. The merits of neutral theory. Trends in Ecology and Evolution, 21(8): 451-457. | ||
+ | |||
+ | Brown, J. H. 1995. Macroecology. University of Chicago Press, Chicago. 284p. | ||
+ | |||
+ | Cassemiro, F. A. S. & Padial, A. A. 2008. Teoria neutra da biodiversidade e biogeografia: | ||
+ | |||
+ | Chave, J. 2004. Neutral theory and community ecology. Ecology Letters, 7: 241-253. | ||
+ | |||
+ | De Marco Jr, P. 2006. Um longo caminho até uma teoria unificada para a Ecologia. Oecologia Brasiliensis, | ||
+ | |||
+ | Ewens, W. 1972. The sampling theory of selectively neutral alleles. Theory in Population Biology, 3: 87-112. | ||
+ | |||
+ | Grinnell, J. 1917. The niche relationships of the California thrasher. Auk, 34: 427-433. | ||
+ | |||
+ | Hubbell, S. P. 2001. The unified neutral theory of biodiversity and biogeography. Princeton University Press, New | ||
+ | Jersey. 396p. | ||
+ | |||
+ | Hubbell, S. P. 2005. Neutral theory in community ecology and the hypothesis of functional equivalence. Functional Ecology, 19: 166-172. | ||
+ | |||
+ | Hu, X. S.; He, F. L. & Hubbell, S. P. 2006. Neutral theory in macroecology and population genetics. Oikos, 113: 548-556. | ||
+ | |||
+ | Hutchinson, G. E. 1957. Population studies - animal ecology and demography – concluding remarks. Cold Spring Harbor Symposia on Quantitative Biology, 22: 415-427. | ||
+ | |||
+ | Hutchinson, G. E. 1959. Homage to Santa Rosalia, or Why are there so many kinds of animals? American Naturalist, 93: 145-159. | ||
+ | |||
+ | Maurer, B. A. & McGill, B. J. 2004. Neutral and non-neutral macroecology. Basic and Applied Ecology, 5: 413-422. | ||
+ | |||
+ | McGill, B. J. 2003. A test of the unified neutral theory of biodiversity. Nature, 422: 881-885. | ||
+ | |||
+ | McGill, B.; Maurer, B. A & Weiser, M. D. 2006. Empirical evaluation of neutral theory ecology. Ecology Society of | ||
+ | America, 87(6): 1411-1423. | ||
+ | |||
+ | Ricklefs, R. E. & Schluter, D. 1993. Species diversity in ecological communities: | ||
+ | |||
+ | Volkov, I.; Banavar, J. R.; Hubbell, S. P. & Maritan, A. 2003. Neutral theory and relative species abundance in ecology. Nature, 424: 1035-1037. | ||
+ | |||