Aqui você vê as diferenças entre duas revisões dessa página.
Ambos lados da revisão anteriorRevisão anteriorPróxima revisão | Revisão anterior | ||
ensaios:natalia_fernandes_rossi [2009/10/02 19:24] – natalia_rossi | ensaios:natalia_fernandes_rossi [2011/07/20 14:40] (atual) – edição externa 127.0.0.1 | ||
---|---|---|---|
Linha 1: | Linha 1: | ||
- | Natália Fernandes Rossi | + | **Natália Fernandes Rossi** |
- | Seção 1 | + | |
+ | **Seção 1** | ||
O conceito de Nicho foi há adotado na ecologia por Grinnel há mais de oito décadas (Grinell 1924), e desde então tem sido bastante utilizado e discutido (Patten & Auble 1981). Uma busca simples no site Isi Web of Knowlegde com a palavra “niche” obteve 25.369 resultados com esse assunto e 5.076 resultados de artigos que continham essa palavra no título. | O conceito de Nicho foi há adotado na ecologia por Grinnel há mais de oito décadas (Grinell 1924), e desde então tem sido bastante utilizado e discutido (Patten & Auble 1981). Uma busca simples no site Isi Web of Knowlegde com a palavra “niche” obteve 25.369 resultados com esse assunto e 5.076 resultados de artigos que continham essa palavra no título. | ||
+ | |||
A definição do termo nicho, conforme usado por Grinell (1924) se referia ao nicho ecológico ou ambiental como a distribuição geográfica de uma espécie ou população. Antes deste trabalho de Grinell, ele mesmo já havia introduzido a idéia de nicho como uma medida da distribuição geográfica do organismo, mas não havia ainda cunhado o termo nicho propriamente dito (Grinell 1917). Na conceituação de Grinell, nicho era, portanto, um conjunto de propriedades físicas e climáticas do ambiente ocupado que possibilitava a ocorrência de uma espécie, essa definição não levava em consideração a interação com outras espécies (Vandermeer 1972). | A definição do termo nicho, conforme usado por Grinell (1924) se referia ao nicho ecológico ou ambiental como a distribuição geográfica de uma espécie ou população. Antes deste trabalho de Grinell, ele mesmo já havia introduzido a idéia de nicho como uma medida da distribuição geográfica do organismo, mas não havia ainda cunhado o termo nicho propriamente dito (Grinell 1917). Na conceituação de Grinell, nicho era, portanto, um conjunto de propriedades físicas e climáticas do ambiente ocupado que possibilitava a ocorrência de uma espécie, essa definição não levava em consideração a interação com outras espécies (Vandermeer 1972). | ||
+ | |||
Independentemente de Grinell, Elton estava desenvolvendo um conceito de nicho baseado nos hábitos alimentares das espécies, definindo nicho como o lugar de uma espécie ou organismo no ambiente, mas levando em conta também suas relações com alimentos e inimigos (Elton 1927 apud Vandermeer 1972)), portanto, neste conceito nicho era o status da espécie ou sua posição dentro de seu ambiente, incluindo suas relações com os fatores abióticos e bióticos que a cercam. Foi Elton quem primeiro considerou que o nicho real de um organismo pode diferir de seu nicho potencial. | Independentemente de Grinell, Elton estava desenvolvendo um conceito de nicho baseado nos hábitos alimentares das espécies, definindo nicho como o lugar de uma espécie ou organismo no ambiente, mas levando em conta também suas relações com alimentos e inimigos (Elton 1927 apud Vandermeer 1972)), portanto, neste conceito nicho era o status da espécie ou sua posição dentro de seu ambiente, incluindo suas relações com os fatores abióticos e bióticos que a cercam. Foi Elton quem primeiro considerou que o nicho real de um organismo pode diferir de seu nicho potencial. | ||
+ | |||
Até três décadas depois, o nicho continuou sendo considerado uma profissão ou a ocupação de um animal no ecossistema (Vandermeer 1972). Foi então que Hutchinson redefiniu nicho como sendo um hipervolume, | Até três décadas depois, o nicho continuou sendo considerado uma profissão ou a ocupação de um animal no ecossistema (Vandermeer 1972). Foi então que Hutchinson redefiniu nicho como sendo um hipervolume, | ||
+ | |||
Dentro da Teoria do nicho, outros conceitos surgiram, alguns especialmente marcantes para a ecologia. O conceito de sobreposição de nicho foi talvez o mais discutido (Coldwell & Futuyma 1971, Carvalho et al. 2005). A sobreposição de nicho entre duas espécies já havia sido considerada por Grinell, e ressaltada por Hutchinson. Hutchinson sugeriu que talvez duas espécies de nicho idêntico não pudessem habitar o mesmo local, e expõe que “duas espécies simpátricas de um mesmo gênero ou subfamília sempre terão diferenças ecológicas” (Hutchinson 1957). Essa colocação é bastante intuitiva, entretanto, o fato citado por Hutchinson não prova que duas espécies de mesmo nicho não podem coexistir, visto que, mesmo dentro de uma população, | Dentro da Teoria do nicho, outros conceitos surgiram, alguns especialmente marcantes para a ecologia. O conceito de sobreposição de nicho foi talvez o mais discutido (Coldwell & Futuyma 1971, Carvalho et al. 2005). A sobreposição de nicho entre duas espécies já havia sido considerada por Grinell, e ressaltada por Hutchinson. Hutchinson sugeriu que talvez duas espécies de nicho idêntico não pudessem habitar o mesmo local, e expõe que “duas espécies simpátricas de um mesmo gênero ou subfamília sempre terão diferenças ecológicas” (Hutchinson 1957). Essa colocação é bastante intuitiva, entretanto, o fato citado por Hutchinson não prova que duas espécies de mesmo nicho não podem coexistir, visto que, mesmo dentro de uma população, | ||
+ | |||
É importante ressaltar, como o próprio Hutchinson colocou em seu artigo (1957), que o nicho multidimensional é uma medida estática, feita em um momento do tempo, e que jamais seremos capazes de quantificar todos os fatores que interferem na possibilidade de ocorrência de um organismo, ou seja, não teremos jamais completo acesso ao nicho fundamental de um organismo ou espécie. Portanto, apesar de poder nos fornecer uma idéia bastante interessante das relações entre os organismos e o meio, nossa visão do nicho de determinado organismo jamais será de sua dimensão exata e, principalmente, | É importante ressaltar, como o próprio Hutchinson colocou em seu artigo (1957), que o nicho multidimensional é uma medida estática, feita em um momento do tempo, e que jamais seremos capazes de quantificar todos os fatores que interferem na possibilidade de ocorrência de um organismo, ou seja, não teremos jamais completo acesso ao nicho fundamental de um organismo ou espécie. Portanto, apesar de poder nos fornecer uma idéia bastante interessante das relações entre os organismos e o meio, nossa visão do nicho de determinado organismo jamais será de sua dimensão exata e, principalmente, | ||
+ | |||
Além disso, o nicho efetivo de uma espécie não é sempre igual em qualquer ambiente ou ocasião, um exemplo é a ampliação da amplitude do nicho para algumas espécies em ilhas, onde são capazes de manter populações com densidades maiores (ex.: MacArthur et al. 1972), talvez por haver menos predação, mais recursos disponíveis, | Além disso, o nicho efetivo de uma espécie não é sempre igual em qualquer ambiente ou ocasião, um exemplo é a ampliação da amplitude do nicho para algumas espécies em ilhas, onde são capazes de manter populações com densidades maiores (ex.: MacArthur et al. 1972), talvez por haver menos predação, mais recursos disponíveis, | ||
+ | |||
Vale ressaltar também que fatores antrópicos, | Vale ressaltar também que fatores antrópicos, | ||
+ | |||
Assim sendo, é importante notar que a definição de nicho não deveria ser encarada como uma entidade estática, medido num momento do tempo, em um único hábitat. Não podemos esquecer que o nicho de uma espécie pode ser fortemente alterado de um ambiente para outro, em diferentes épocas da vida, em diferentes épocas do ano, e ainda, em resposta a diferentes distúrbios ambientais, sendo eles antropogêncios ou não. O que julgamos ser o nicho de uma espécie deveria ser sempre considerado uma proposta de nicho, visto que ele é certamente dinâmico e não somos capazes de prever a resposta das espécies a determinadas alterações no habitat. | Assim sendo, é importante notar que a definição de nicho não deveria ser encarada como uma entidade estática, medido num momento do tempo, em um único hábitat. Não podemos esquecer que o nicho de uma espécie pode ser fortemente alterado de um ambiente para outro, em diferentes épocas da vida, em diferentes épocas do ano, e ainda, em resposta a diferentes distúrbios ambientais, sendo eles antropogêncios ou não. O que julgamos ser o nicho de uma espécie deveria ser sempre considerado uma proposta de nicho, visto que ele é certamente dinâmico e não somos capazes de prever a resposta das espécies a determinadas alterações no habitat. | ||
- | Seção 2 | + | **Seção 2** |
Em meu projeto de mestrado realizado no Departamento de Zoologia, um guia de identificação para pequenos mamíferos não voadores do Planalto Atlântico de São Paulo, irei descrever não somente caracteres morfológicos, | Em meu projeto de mestrado realizado no Departamento de Zoologia, um guia de identificação para pequenos mamíferos não voadores do Planalto Atlântico de São Paulo, irei descrever não somente caracteres morfológicos, | ||
+ | |||
Apesar do meu projeto não ter sido desenhado para responder questões de nicho, a caracterização dos hábitos, do habitat e a descrição da história natural, nada mais são do que a própria descrição simplificada do nicho ecológico de cada espécie, visto expressar os requisitos ambientais tanto físicos quanto bióticos necessários para a sobrevivência de determinada espécie. | Apesar do meu projeto não ter sido desenhado para responder questões de nicho, a caracterização dos hábitos, do habitat e a descrição da história natural, nada mais são do que a própria descrição simplificada do nicho ecológico de cada espécie, visto expressar os requisitos ambientais tanto físicos quanto bióticos necessários para a sobrevivência de determinada espécie. | ||
+ | |||
Além disso, muitos trabalhos demonstram que alguns ambientes têm capacidade de abrigar maior riqueza do que outros, devido ao maior número de nichos disponíveis, | Além disso, muitos trabalhos demonstram que alguns ambientes têm capacidade de abrigar maior riqueza do que outros, devido ao maior número de nichos disponíveis, | ||
- | Existem trabalhos que indicam que espécies generalistas, | + | |
- | | + | Existem trabalhos que indicam que espécies generalistas, |
+ | |||
+ | Carvalho e colaboradores (2005) encontraram uma modificação na dieta e no uso dos estratos da floresta em Caluromys philander em Poço das Antas, uma espécie de pequeno mamífero também inserida no meu projeto, sendo que em fragmentos pequenos a espécie consumia mais artrópodes e usava mais o solo e o sub-bosque, enquanto a literatura considera sua dieta como frugívora-onívora e sua preferência pelo dossel, inclusive para a mesma região em áreas de floresta contínua. Os autores consideram que a mudança pode refletir uma habilidade em mudar a dieta, e isso pode ser bastante importante para a sobrevivência em fragmentos menores, onde frutos normalmente são um recurso mais raro e o dossel é normalmente mais baixo e aberto (Carvalho et al. 2005). Outra espécie de pequeno mamífero que usa preferencialmente o dossel em áreas contínuas (Vieira & Monteiro-Filho 2003), foi capturada em fragmentos florestais em proporção semelhante no dossel e sub-bosque (Barros 2006). | ||
Certamente outras espécies também devem ter seu nicho ampliado, adaptando-se a novas características do habitat de acordo com novidades impostas pelos humanos. Um exemplo de mudança de nicho efetivo por distúrbios antrópicos é o fato de em arredores do Parque Nacional do Iguaçu, o gado ser a maior fonte de biomassa consumida por onças pintadas. Antes da presença humana a preferência alimentar da onça era grandes e médios mamíferos silvestres, mas como a caça destes levou a uma diminuição neste recurso, as onças passaram a explorar as criações de gado (Azevedo 2008). | Certamente outras espécies também devem ter seu nicho ampliado, adaptando-se a novas características do habitat de acordo com novidades impostas pelos humanos. Um exemplo de mudança de nicho efetivo por distúrbios antrópicos é o fato de em arredores do Parque Nacional do Iguaçu, o gado ser a maior fonte de biomassa consumida por onças pintadas. Antes da presença humana a preferência alimentar da onça era grandes e médios mamíferos silvestres, mas como a caça destes levou a uma diminuição neste recurso, as onças passaram a explorar as criações de gado (Azevedo 2008). | ||
+ | |||
Ao descrever o uso do microhabitat de pequenos roedores, se eu utilizasse como referência somente um trabalho de época seca, poderia concluir que galhadas pequenas e a umidade da serrapilheira são os fatores mais importantes de sua distribuição, | Ao descrever o uso do microhabitat de pequenos roedores, se eu utilizasse como referência somente um trabalho de época seca, poderia concluir que galhadas pequenas e a umidade da serrapilheira são os fatores mais importantes de sua distribuição, | ||
+ | |||
Tendo em vista que assim como o próprio conceito de nicho e a própria ciência são dinâmicos, o nicho das espécies também o é. E ao pensar nessas mudanças de nicho ao longo da vida do organismo e sua resposta a diferentes distúrbios, | Tendo em vista que assim como o próprio conceito de nicho e a própria ciência são dinâmicos, o nicho das espécies também o é. E ao pensar nessas mudanças de nicho ao longo da vida do organismo e sua resposta a diferentes distúrbios, | ||
- | Bibliografia | + | **Bibliografia** |
Azevedo, F.C.C. 2008. Food Habits and Livestock Depredation of Sympatric Jaguars and Pumas | Azevedo, F.C.C. 2008. Food Habits and Livestock Depredation of Sympatric Jaguars and Pumas | ||
in the Iguaçu National Park Area, South Brazil. Biotropica, 40 (4), pp. 494-500. | in the Iguaçu National Park Area, South Brazil. Biotropica, 40 (4), pp. 494-500. | ||
+ | |||
Barros , C.S. 2006. Como pequenas populações persistem em paisagens fragmentadas? | Barros , C.S. 2006. Como pequenas populações persistem em paisagens fragmentadas? | ||
+ | |||
Blondel, J. 2008. On humans and wildlife in Mediterranean islands. Journal of Biogeography, | Blondel, J. 2008. On humans and wildlife in Mediterranean islands. Journal of Biogeography, | ||
- | Brown et al. 1995 | + | |
Carvalho, F.M.V.; Fernandez, F.A.S. & Nessimian, J.L. 2005. Food habitats of sympatric opossums coexisting in small Atlantic Forest fragments in Brazil. Mammalian Biology, 70 (6), pp. 366-375. | Carvalho, F.M.V.; Fernandez, F.A.S. & Nessimian, J.L. 2005. Food habitats of sympatric opossums coexisting in small Atlantic Forest fragments in Brazil. Mammalian Biology, 70 (6), pp. 366-375. | ||
+ | |||
Coldwell, R.K. & Futuyma, D.J. 1971. On the measure of niche breadth and overlap. Ecology, 52 (4), pp. 567-576. | Coldwell, R.K. & Futuyma, D.J. 1971. On the measure of niche breadth and overlap. Ecology, 52 (4), pp. 567-576. | ||
+ | |||
Elton, C. 1927. Animal ecology. Sidwick & Jackson, London. | Elton, C. 1927. Animal ecology. Sidwick & Jackson, London. | ||
+ | |||
Grinell, J. 1917. The niche-relationship of the California trasher. Auk, 34, pp. 427-433. | Grinell, J. 1917. The niche-relationship of the California trasher. Auk, 34, pp. 427-433. | ||
+ | |||
Grinell, J. 1924. Geography and evolution. Ecology, 5 (3), pp. 225-229. | Grinell, J. 1924. Geography and evolution. Ecology, 5 (3), pp. 225-229. | ||
+ | |||
Hutchinson, G.E. 1957. Concluding Remarks. Cold Spring Harbor Symp. Quant. Biol., 22, pp. 425-427. | Hutchinson, G.E. 1957. Concluding Remarks. Cold Spring Harbor Symp. Quant. Biol., 22, pp. 425-427. | ||
+ | |||
Hutchinson, G.E. 1959. Homage to Santa Rosalia or Why Are There So Many Kinds of Animals? The American Naturalist, 93 (870), pp. 145-159. | Hutchinson, G.E. 1959. Homage to Santa Rosalia or Why Are There So Many Kinds of Animals? The American Naturalist, 93 (870), pp. 145-159. | ||
+ | |||
Klopfer, P.H. & MacArthur, R.H. 1960. Niche size and faunal diversity. The American Naturalist, 94 (877), pp. 293-300. | Klopfer, P.H. & MacArthur, R.H. 1960. Niche size and faunal diversity. The American Naturalist, 94 (877), pp. 293-300. | ||
+ | |||
Levine, J.M. & HilleRisLambers, | Levine, J.M. & HilleRisLambers, | ||
+ | |||
MacArthur, R.H.; Diamond, J.M. & Karr, J.R. 1972. Density compensation in island faunas. Ecology, 53 (2), pp. 330-342. | MacArthur, R.H.; Diamond, J.M. & Karr, J.R. 1972. Density compensation in island faunas. Ecology, 53 (2), pp. 330-342. | ||
+ | |||
MacArthur, R.H. 1958. Population ecology of some warbles of northeastern Coniferous forest. Ecology, 39 (4), pp. 599-619. | MacArthur, R.H. 1958. Population ecology of some warbles of northeastern Coniferous forest. Ecology, 39 (4), pp. 599-619. | ||
- | Naxara, L.; Pinotti, B.T. & Pardini, R. 2009. Seasonal microhabitat selection by terrestrial rodents in an old-growth Atlantic Forest. Journal of Mammalogy, 90 (2), pp. 404-415. | + | |
+ | Naxara, L.; Pinotti, B.T. & Pardini, R. 2009. Seasonal microhabitat selection by terrestrial rodents in an old-growth | ||
+ | Atlantic Forest. Journal of Mammalogy, 90 (2), pp. 404-415. | ||
Patten, B.C. & Auble, G.T. 1981. System Theory of the ecological niche. The American Naturalist, 117 (6), pp. 893-922. | Patten, B.C. & Auble, G.T. 1981. System Theory of the ecological niche. The American Naturalist, 117 (6), pp. 893-922. | ||
+ | |||
Sloobodkin, L.B. & Slack, N.G. 1999. George Evelyn | Sloobodkin, L.B. & Slack, N.G. 1999. George Evelyn | ||
+ | |||
Vandermeer, J.H. 1972. Niche Theory. Annual Review of Ecology and Systematics, | Vandermeer, J.H. 1972. Niche Theory. Annual Review of Ecology and Systematics, | ||
+ | |||
Vieira, E.M. & Monteiro-Filho, | Vieira, E.M. & Monteiro-Filho, | ||
- | |||
- | |||
- |