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ensaios:camila_de_toledo_castanho [2009/10/02 23:01] – castanho | ensaios:camila_de_toledo_castanho [2011/07/20 14:40] (atual) – edição externa 127.0.0.1 | ||
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//Como representar redes bimodais// | //Como representar redes bimodais// | ||
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A estrutura das redes bimodais pode ser representada de pelo menos de três maneiras: por uma matriz retangular, por um gráfico bipartido ou por um gráfico resultante de uma análise de correspondência. Neste ensaio serão mais explorados os dois primeiros tipos de representação. | A estrutura das redes bimodais pode ser representada de pelo menos de três maneiras: por uma matriz retangular, por um gráfico bipartido ou por um gráfico resultante de uma análise de correspondência. Neste ensaio serão mais explorados os dois primeiros tipos de representação. | ||
//Como descrever a estrutura das redes// | //Como descrever a estrutura das redes// | ||
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As seguir é apresentado alguns dos descritores utilizados para caracterizar redes de interação. | As seguir é apresentado alguns dos descritores utilizados para caracterizar redes de interação. | ||
- | //Distribuição de grau//. Os nós das redes podem ser classificados de acordo com o número de ligações que possuem, o que denomina-se grau do nó. Entre os descritores utilizados para caracterizar a estrutura de redes bipartidas está a distribuição de grau, que nada mais é do que a distribuição de freqüência do número de ligações por nó. | + | Distribuição de grau. Os nós das redes podem ser classificados de acordo com o número de ligações que possuem, o que denomina-se grau do nó. Entre os descritores utilizados para caracterizar a estrutura de redes bipartidas está a distribuição de grau, que nada mais é do que a distribuição de freqüência do número de ligações por nó. |
Aninhamento. Trata-se da tendência de espécies pouco conectadas (especialistas) interagirem com um subconjunto de parceiros de interação de espécies muito conectadas (generalistas). Se considerarmos como exemplo uma rede mutualística de plantas e polinizadores, | Aninhamento. Trata-se da tendência de espécies pouco conectadas (especialistas) interagirem com um subconjunto de parceiros de interação de espécies muito conectadas (generalistas). Se considerarmos como exemplo uma rede mutualística de plantas e polinizadores, | ||
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Embora os três padrões descritos acima tenham sido identificados em redes naturais, as ferramentas estatísticas para decidir se uma rede se ajusta mais a um padrão ou a outro ainda não estão completamente desenvolvidas. Em geral, é testado se uma rede representa um dos padrões descritos e seus resultados não permitem avaliar se a mesma rede se ajusta bem ou não aos demais padrões. Além disso, há também bastante debate em relação ao modelo nulo adequado contra o qual os dados observados devem ser confrontados. | Embora os três padrões descritos acima tenham sido identificados em redes naturais, as ferramentas estatísticas para decidir se uma rede se ajusta mais a um padrão ou a outro ainda não estão completamente desenvolvidas. Em geral, é testado se uma rede representa um dos padrões descritos e seus resultados não permitem avaliar se a mesma rede se ajusta bem ou não aos demais padrões. Além disso, há também bastante debate em relação ao modelo nulo adequado contra o qual os dados observados devem ser confrontados. | ||
- | Quais são os processos por trás destes padrões? E quais são as implicações destes padrões para a comunidade em questão? | + | //Quais são os processos por trás destes padrões? E quais são as implicações destes padrões para a comunidade em questão?// |
- | Segundo alguns autores o tipo de padrão de estrutura de rede deve variar segundo o grau de intimidade das espécies. Seria esperado um padrão extremamente compartimentalizado em assembléias com baixa diversidade e interações extremamente especializadas. Por outro lado, em assembléias ricas em espécies e com baixa especificidade seria esperado um único compartimento com estrutura aninhada. A estrutura compartimentalizada de uma rede pode ser um reflexo de uma divisão filogenética entre compartimentos e alta estabilidade histórica. Por outro lado a estrutura aninhada pode ser decorrente de múltiplos fatores, como padrões neutros de distribuição de abundância, | + | |
- | Os métodos adequados para identificação da contribuição relativa dos processos responsáveis pelos padrões observados estão em pleno avanço e como conseqüência do sucesso destas pesquisas em breve teremos um entendimento muito melhor da importância destes processos. | + | Segundo alguns autores o tipo de padrão de estrutura de rede deve variar segundo o grau de intimidade das espécies. Seria esperado um padrão extremamente compartimentalizado em assembléias com baixa diversidade e interações extremamente especializadas. Por outro lado, em assembléias ricas em espécies e com baixa especificidade seria esperado um único compartimento com estrutura aninhada. A estrutura compartimentalizada de uma rede pode ser um reflexo de uma divisão filogenética entre compartimentos e alta estabilidade histórica. Por outro lado a estrutura aninhada pode ser decorrente de múltiplos fatores, como padrões neutros de distribuição de abundância, |
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+ | Apesar dos desafios os quais aguardam resolução, | ||
- | Apesar dos desafios os quais aguardam resolução, | + | // |
- | Interações positivas entre plantas | ||
O estudo de interações em comunidades de plantas tradicionalmente contempla as interações negativas, i.e. competição. No entanto, nas duas últimas décadas, diversos estudos têm demonstrado que a presença de uma planta pode aumentar a sobrevivência e/ou o desempenho de outra planta, interação denominada facilitação. Apesar de fortes evidências de que a facilitação é uma interação importante em comunidades diversas, a maior parte das pesquisas são baseadas em estudos com pares de espécies. No entanto, para entender a importância e implicações desta interação para a comunidade de plantas como um todo é preciso outra forma de abordagem. Neste contexto, acredito que assim como abordagem de redes complexas deu luz ao entendimento das interações mutualísticas, | O estudo de interações em comunidades de plantas tradicionalmente contempla as interações negativas, i.e. competição. No entanto, nas duas últimas décadas, diversos estudos têm demonstrado que a presença de uma planta pode aumentar a sobrevivência e/ou o desempenho de outra planta, interação denominada facilitação. Apesar de fortes evidências de que a facilitação é uma interação importante em comunidades diversas, a maior parte das pesquisas são baseadas em estudos com pares de espécies. No entanto, para entender a importância e implicações desta interação para a comunidade de plantas como um todo é preciso outra forma de abordagem. Neste contexto, acredito que assim como abordagem de redes complexas deu luz ao entendimento das interações mutualísticas, | ||