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ensaios:2011 [2011/11/26 02:17] – [METACOMUNIDADES] jiquirica | ensaios:2011 [2011/11/26 03:55] (atual) – santana | ||
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Tuomisto H, Ruokolainen K, Yli-Halla M. 2003. Dispersal, environment, | Tuomisto H, Ruokolainen K, Yli-Halla M. 2003. Dispersal, environment, | ||
- | ====METACOMUNIDADES==== | + | ====Metacomunidades==== |
===Paulo Ilha=== | ===Paulo Ilha=== | ||
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3)Se a comunidade que eu observar nos riachos degradados for aquela que precede futuras extinções de espécies que estão em declínio populacional devido a interações negativas com as condições ambientais decorrentes das mudanças no uso da microbacia, então a diversidade dos riachos degradados esta sendo mantida pela ocorrência de espécies com populações-poço sustentadas por imigração de populações-fonte que habitam riachos preservados. | 3)Se a comunidade que eu observar nos riachos degradados for aquela que precede futuras extinções de espécies que estão em declínio populacional devido a interações negativas com as condições ambientais decorrentes das mudanças no uso da microbacia, então a diversidade dos riachos degradados esta sendo mantida pela ocorrência de espécies com populações-poço sustentadas por imigração de populações-fonte que habitam riachos preservados. | ||
4)Se a construção de barragens limita ou impede a dispersão de determinadas espécies de peixes, então riachos com barragens apresentarão comunidades distintas daqueles que não possuem barragens. | 4)Se a construção de barragens limita ou impede a dispersão de determinadas espécies de peixes, então riachos com barragens apresentarão comunidades distintas daqueles que não possuem barragens. | ||
- | 5)Se a capacidade e a probabilidade de dispersão das espécies afeta sua ocorrência nas manchas de habitat, então as espécies que possuem maior probabilidade (populações maiores) e/ou capacidade de dispersão (tamanho corporal relativamente maior, nadadoras pelágicas ativas, predadoras) | + | 5)Se a capacidade e a probabilidade de dispersão das espécies afeta sua ocorrência nas manchas de habitat, então as espécies que possuem maior probabilidade (populações maiores) e/ou capacidade de dispersão (tamanho corporal relativamente maior, nadadoras pelágicas ativas, predadoras) |
==Referências bibliográficas== | ==Referências bibliográficas== | ||
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Wilson, D.S. 1992. Complex interactions in metacommunities, | Wilson, D.S. 1992. Complex interactions in metacommunities, | ||
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+ | ==== Resiliência e diversidade de espécies ==== | ||
+ | === Erika Marques de Santana === | ||
+ | Comunidades ou ecossistemas podem ser considerados sistemas dinâmicos, já que são o resultado do balanço de diversos processos internos e externos (Scheffer, 2009a). Resiliência é uma característica de sistemas dinâmicos relacionada ao comportamento desses sistemas mediante a pressões externas. Na literatura, são encontradas diferentes definições de resiliência (Holling 1996; Peterson et al., 1998; Scheffer, 2009b). No presente ensaio, considerarei como resiliência a habilidade que um sistema possui em absorver mudanças ocorridas nas condições do ambiente, sem sofrer alterações significativas na sua estrutura e função (Holling, 1973). Nessa definição, | ||
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+ | A resiliência de um sistema varia, podendo diminuir de acordo com flutuações na dinâmica interna ou externa ao sistema (Holling, 1973; Scheffer, 2009a). Tais mudanças na dimensão da resiliência de um sistema podem ocorrer de forma suave e imperceptível, | ||
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+ | As características das espécies dentro do sistema podem ter grande importância na determinação na capacidade de persistência do sistema (Elmqvist et al., 2003; Folke et al., 2004). Sistemas com um maior número de espécies pertencentes a um mesmo grupo funcional podem possuir maior resiliência (Peterson, 1998; Elmqvist et al., 2003). Grupos funcionais de espécies se referem a conjuntos de diferentes espécies que apresentam funções semelhantes no sistema, como fixadores de nitrogênio, | ||
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+ | Até o momento, procurei expor o meu entendimento da importância da diversidade de espécies e suas interações para a resiliência de um sistema. Atualmente, constantes e vastas alterações causadas pelo homem aos sistemas naturais têm apresentado graves conseqüências aos sistemas naturais, como extinções de grupos de espécies (e. g. Pardini et al., 2010) e perda de diversidade funcional e serviços do ecossistema (e. g. Brandt et al., 2010). Os processos envolvidos e os mecanismos relacionados a tais alterações sempre despertaram meu interesse acadêmico e permeiam a maior parte dos meus questionamentos científicos. Dessa forma, o estudo da resiliência dos sistemas naturais me parece de suma importância tanto no que diz respeito as espécies que dele fazem parte quanto as funções por elas exercidas. | ||
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+ | No meu atual projeto de mestrado eu estudarei os efeitos da poluição gerada por indústrias sobre uma floresta ombrófila. Devido à poluição, já foram observadas graves alterações na estrutura do sistema, como morte na vegetação, | ||
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+ | == Referências bibliográficas == | ||
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+ | Alonso, C. D.; Godinho, R. A evolução da qualidade do ar em Cubatão. Química Nova. 1992, vol. 15, n. 2. | ||
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+ | Blindow, I.; Andersson, G.; A. Hargeby & S. Johansson. 1993. Long-term pattern of alternative stable states in two shallow eutrophic lakes. Freshwater Biology, 30:159-167. | ||
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+ | Brandt K. K., Frandsen R. J. N., Holmb P. E., Nybroe O. 2010 .Development of pollution-induced community tolerance is linked to structural and functional resilience of a soil bacterial community following a five-year field exposure to copper. Soil Biology & Biochemistry 42: 748-757. | ||
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+ | Elmqvist T., Folke C., Nyströn M., Peterson G., Bengtsson J., Walker B., Norberg J. 2003. Response diversity, ecosystem change, and resilience. Frontiers in Ecology and Environment1: | ||
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+ | Ferreira, L. G. A gestão ambiental do pólo industrial de Cubatão a partir do Programa de Controle da Poluição iniciado em 1983: atores, instrumentos e indicadores. (Dissertação de Mestrado). São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2007. | ||
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+ | Folke C., Carpenter S., Walker B., Scheffer M., Elmqvist T., Gunderson L., Holling C.S. 2004. Regime shifts, resilience, and biodiversity in ecosystem management. Annual Review of Ecology and Systematics 35: 557–81. | ||
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+ | Gutberlet, J. Cubatão: Desenvolvimento, | ||
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+ | Holling C.S. 1973. Resilience and stability of ecological systems. Annu. Rev. Ecol. Syst. 4: 1-23. | ||
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+ | Holling CS. 1996. Engineering resilience versus ecological resilience. In: Schulze PC (Ed). Engineering within ecological constraints. Washington DC: National Academy Press. | ||
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+ | Leibold. M.A. 2009. Spatial and Metacommunity Dynamics in Biodiversity. In: The Princeton Guide to Ecology, Cap. III.8. (Simon A. Levin. ed.) Princeton University Press, Princeton, New Jersey. | ||
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+ | Leitão Filho, H.F (org.). Ecologia da Mata Atlântica em Cubatão. Campinas: Universidade Estadual de São Paulo e Universidade de Campinas, 1993,192p. | ||
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+ | Pardini, R., Bueno, A. A., Gardner, T. A., Prado, P. I., Metzger, J. P. 2010. Beyond the fragmentation threshold hypothesis: Regime shifts in biodiversity across fragmentes landscapes. Plos One. Vol. 5:10. | ||
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+ | Peterson, G., Allen C. R., Holling C. S. 1998. Ecological Resilience, | ||
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+ | Scheffer, M. et al. 2001. Catastrophic shifts in ecosystems. Nature 413: 591-596. | ||
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+ | Scheffer, M. 2009a. Alternative Stable States. In: Critical Transitions in Nature and Society, Chapter II, pp. 11-36, Princenton University Press. | ||
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+ | Scheffer, M. 2009b. Conclusion: From Theoretical Concepts to Reality. In: Critical Transitions in Nature and Society, Chapter VI, pp. 11-36, Princenton University Press. | ||
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+ | Venail, P.A. et al. 2008. Diversity and productivity peak at intermediate dispersal rate in evolving metacommunities. Nature 452: 210–215 | ||
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+ | Warren, P.H. 1996. The effects of between-habitat dispersal rate on protist communities and metacommunities in microcosms at two spatial scales. Oecologia 105: 132–140. | ||