ECOLOGIA VEGETAL 2012
Módulo I
Tópicos
Material de Apoio
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Linha 1: | Linha 1: | ||
====== Distúrbio e Sucessão ====== | ====== Distúrbio e Sucessão ====== | ||
+ | {{: | ||
Vamos investigar nesse exercício modelos de sucessão e incorporar neles distúrbio. No exercício de coexistência simulamos distúrbio através da taxa de extinção. Vamos partir desse modelo e avaliar o que acontece com a coexistência conforme aumento da intensidade do distúrbio. | Vamos investigar nesse exercício modelos de sucessão e incorporar neles distúrbio. No exercício de coexistência simulamos distúrbio através da taxa de extinção. Vamos partir desse modelo e avaliar o que acontece com a coexistência conforme aumento da intensidade do distúrbio. | ||
- | Vamos relembrar o modelo de coexistência e o exercício que fizemos. Tínhamos duas espécie, a primeira | + | Vamos relembrar o modelo de coexistência e o exercício que fizemos. Tínhamos duas espécie, |
$$ (df_1)/ | $$ (df_1)/ | ||
Linha 73: | Linha 73: | ||
< | < | ||
- | par(mfrow=c(2, | + | par(mfrow=c(2, |
meta.comp(tf=100, | meta.comp(tf=100, | ||
meta.comp(tf=100, | meta.comp(tf=100, | ||
Linha 87: | Linha 87: | ||
===== Modelo Multiespécies ===== | ===== Modelo Multiespécies ===== | ||
- | {{: | + | {{: |
- | Para criar um modelo onde exista demanda conflitante (trade-off) entre colonização e competição em um sistema multiespécies, | + | Para criar um modelo onde exista demanda conflitante (tradeoff) entre colonização e competição em um sistema multiespécies, |
- | Para tanto vamos imaginar | + | Para tanto vamos criar um sistema onde a habilidade competitiva |
- | No equilíbrio ou em intensidades baixas de distúrbios, | + | No equilíbrio ou em intensidades baixas de distúrbios, |
Nesse caso, teríamos o seguinte cenário na distribuição de abundâncias das nossas espécies: | Nesse caso, teríamos o seguinte cenário na distribuição de abundâncias das nossas espécies: | ||
Linha 102: | Linha 102: | ||
< | < | ||
- | s=10 | + | x11() # abre uma nova janela gráfica |
- | i=1:s | + | s=10 # número de espécies no sistema no início da simulaçao |
+ | i=1:s # posição da espécie no classificação de competição | ||
i | i | ||
- | d=0.2 | + | d=0.2 # potencial de manchas ocupadas pela melhor competidora |
- | p=d*(1-d)^(i-1) | + | p=d*(1-d)^(i-1) |
p | p | ||
- | plot(i, p, type=" | + | plot(i, p, type=" |
</ | </ | ||
Linha 115: | Linha 116: | ||
$$ c_(i)= e/ | $$ c_(i)= e/ | ||
- | Além disso, o mesmo pesquisador generalizou a equação de variação da proporção de manchas ocupadas ao longo do tempo para //n// espécies, como sendo: | ||
- | |||
- | $$ (dp_(i))/dt = c_(i)p_(i)(1-sum_(j=1)^i(p_i)) - m_ip_i - sum_(j=1)^(i-1)(c_jp_jp_i)$$ | ||
- | |||
Vamos adicionar os valores de taxas de colonização no nosso gráfico anterior, calculados para uma taxa de extinção igual a 0.04 para todas as espécies: | Vamos adicionar os valores de taxas de colonização no nosso gráfico anterior, calculados para uma taxa de extinção igual a 0.04 para todas as espécies: | ||
Linha 130: | Linha 127: | ||
</ | </ | ||
- | Essa é nossa situação de equilíbrio na comunidade, uma distribuição geométrica de abundâncias com a mais abundante chegando a 20% e com um taxa de extinção de 4% para todas as espécies. Vamos montar essa comunidade | + | Essa é nossa situação de equilíbrio na comunidade, uma distribuição geométrica de abundâncias com a mais abundante chegando a 20% e com um taxa de extinção de 4% para todas as espécies. |
+ | Além disso, o mesmo pesquisador generalizou a equação de variação da proporção de manchas ocupadas ao longo do tempo para //n// espécies, como sendo: | ||
+ | |||
+ | $$ (dp_(i))/dt = c_(i)p_(i)(1-sum_(j=1)^i(p_i)) - m_ip_i - sum_(j=1)^(i-1)(c_jp_jp_i)$$ | ||
+ | |||
+ | |||
+ | Vamos montar essa comunidade | ||
- cria a ordenação das espécies | - cria a ordenação das espécies | ||
- calcula a coeficiente de colonização como acima | - calcula a coeficiente de colonização como acima | ||
- | - se o //fi// é um valor único, preenche essa proporção de manchas com (s) espécies ao acaso | + | - se o // |
- | - se //fi// é um vetor de //s// valores, esses são utilizados para o preenchimento inicial das manchas sendo as proporções | + | - se //fi// é um vetor de //s// valores, esses são utilizados para o preenchimento inicial das manchas sendo as proporções |
- inicia ciclos até // | - inicia ciclos até // | ||
- a cada ciclo calcula a extinção para cada espécie e sua colonização respeitando a hierarquia de competição para decidir qual espécie é deslocada da mancha e qual permanece | - a cada ciclo calcula a extinção para cada espécie e sua colonização respeitando a hierarquia de competição para decidir qual espécie é deslocada da mancha e qual permanece | ||
- guarda a proporção de manchas ocupadas por cada espécie a cada ciclo | - guarda a proporção de manchas ocupadas por cada espécie a cada ciclo | ||
- | - produz o gráfico e retorna o resultado | + | - produz o gráfico e retorna o resultado |
Copie e cole o código abaixo no R para rodar a função // | Copie e cole o código abaixo no R para rodar a função // | ||
Linha 201: | Linha 204: | ||
} | } | ||
matplot(1: | matplot(1: | ||
- | legend(" | + | legend(" |
invisible(resulta) | invisible(resulta) | ||
} | } | ||
Linha 207: | Linha 210: | ||
</ | </ | ||
+ | |||
+ | Nossa função tem os seguintes argumentos: | ||
+ | - tf= tempo final da simulação, | ||
+ | - l= número de linhas no espaço de manchas, | ||
+ | - c= número de colunas no espaço de manchas, | ||
+ | - s= número de espécies no tempo inicial, | ||
+ | - fi= proporção de manchas ocupadas no tempo inicial, | ||
+ | - d= proporção de manchas ocupadas pela espécie melhor competidora no equilibrio, | ||
+ | - pe= taxa de extinção das manchas, | ||
+ | - fr= frequencia de distúrbio (usada somento mais a frente no exercício), | ||
+ | - int= intensidade do distúrbio (idem) | ||
==== Testando o Modelo ==== | ==== Testando o Modelo ==== | ||
- | Vamos testar o nosso modelo com 10 espécies (s=10), 10000 manchas (l = 100, c= 100 ),, com a espécie competidora tendo o potencial de ocupar 20% das manchas, probabilidade de extinção pe=0.04. Vamos rodar primeiro com 200 ciclos de tempo e depois com 1000. Em ambas as simulações vamos começar com um proporção de manchas ocupadas no início baixa (// | + | Vamos testar o nosso modelo com 10 espécies (s=10), 10000 manchas (l = 100, c= 100 ), com a espécie competidora tendo o potencial de ocupar 20% das manchas, probabilidade de extinção pe=0.04. Vamos rodar primeiro com 200 ciclos de tempo e depois com 1000. Em ambas as simulações vamos começar com uma proporção de manchas ocupadas no início baixa (// |
< | < | ||
+ | par(mfrow=c(1, | ||
teste1=com.compete(tf=200, | teste1=com.compete(tf=200, | ||
+ | x11() | ||
teste2=com.compete(tf=1000, | teste2=com.compete(tf=1000, | ||
Linha 221: | Linha 237: | ||
- sucessão ecológica. | - sucessão ecológica. | ||
- | ## incluir aqui mais alguns exemplos variando parâmetros | ||
==== Incluindo distúrbios ==== | ==== Incluindo distúrbios ==== | ||
- | + | {{: | |
- | Vamos simular agora um sistema com distúrbios. Nos modelos de metapopulação vimos que a probabilidade de extinção ($$p_e$$) podia ser interpretada como distúrbio, já que atingia uma parte das manchas | + | Vamos simular agora um sistema com distúrbios. Nos modelos de metapopulação vimos que a probabilidade de extinção ($$p_e$$) podia ser interpretada como distúrbio, já que atingia uma parte das manchas |
- | + | ||
==== Aplicando distúrbios ==== | ==== Aplicando distúrbios ==== | ||
- | Antes de incluir o distúrbio no sistema, vamos fazer um gráfico do sistema de referência sem distúrbio. No exemplo 2 o resultado foi guardado no objeto //teste2//. Vamos usá-lo para não ter que rodar novamente a função (( como devem ter percebido a simulação | + | Antes de incluir o distúrbio no sistema, vamos fazer um gráfico do sistema de referência sem distúrbio. No exemplo 2 o resultado foi guardado no objeto //teste2//. Vamos usá-lo para não ter que rodar novamente a função (( como devem ter percebido a simulação |
< | < | ||
Linha 248: | Linha 261: | ||
+ | * Responda as seguintes questões: | ||
+ | - Em que situações as melhores competidoras se dão melhor? | ||
+ | - E as piores competidoras? | ||
+ | - Consegue detectar algum padrão na coexistência de espécies com essas poucas simulações? | ||
==== Distúrbio Intemediário ==== | ==== Distúrbio Intemediário ==== | ||
É creditado ao pesquisador Joseph Connell (1978) a teoria do distúrbio intermediário, | É creditado ao pesquisador Joseph Connell (1978) a teoria do distúrbio intermediário, | ||
Faça simulações para testar essa teoria. | Faça simulações para testar essa teoria. | ||
- | <box red 70% | Dicas > | + | <box red 80% | Dicas > |
Salve cada simulação em um objeto de nome diferente. Nos exemplos acima fizemos isso denominando cada simulação por um nome (teste1, teste2...) à direta do sinal de igualdade ou com o símbolo (<-), veja abaixo: | Salve cada simulação em um objeto de nome diferente. Nos exemplos acima fizemos isso denominando cada simulação por um nome (teste1, teste2...) à direta do sinal de igualdade ou com o símbolo (<-), veja abaixo: | ||
Linha 265: | Linha 282: | ||
Podemos contar o número de espécies ao longo do tempo, da seguinte forma: | Podemos contar o número de espécies ao longo do tempo, da seguinte forma: | ||
- | | + | |
- | teste2a[teste2>0]=1 | + | |
- | apply(teste2, 2, sum) | + | |
- | Caso queire | + | Caso queira |
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