Conservação para Ensino Médio
O guepardo africano é um animal de baixa diversidade genética O que é biodiversidade?
Autor:
Roberto Langanke
Indicado para:
Texto indicado para alunos do ensino médio
A Convenção sobre a Biodiversidade, documento resultante da II Conferência das Nações Unidas e Meio Ambiente (ECO'92), define a diversidade biológica como sendo "a variedade de seres vivos da Terra, fruto de bilhões de anos de evolução, moldada pelos processos de seleção natural e, de uma forma cada vez mais acentuada, pelas atividades humanas. Essa variedade de seres vivos forma uma teia viva integrada pelos seres humanos e da qual estes dependem".
A diversidade pode ser compreendida em diferentes escalas. A diversidade de espécies se refere à quantidade de diferentes espécies de plantas, animais e microorganismos em um determinado ecossistema e à

proporção das quantidades destas espécies na comunidade. Cerca de 1,75 milhões de espécies já foram identificadas, sendo que mais da metade delas são constituídas por insetos. Há ainda muitos organismos ainda não conhecidos ou espécies não descritas cientificamente, especialmente aquelas pequenas e de difícil visualização, como bactérias, fungos e vírus. Acredita-se que existam cerca de 13 milhões de espécies, porém as estimativas variam entre 10 e 50 milhões.
A biodiversidade pode ser avaliada também no nível genético , que se refere às diferenças entre as espécies em termos de variabilidade de genes, que determinam a individualidade de cada espécie. As diferentes cores das penas, o tamanho maior ou menor dos indivíduos ou a resistência a doenças são exemplos da expressão da diversidade genética.
A diversidade genética determina o grau de variação dentro das populações, que pode ser alta, como nas populações de rinocerontes indianos (Rhinoceros unicornis), ou baixa, como nas populações de guepardos africanos (Acinonyx jubatus). Populações com diversidade genética baixa estão mais sujeitas à extinção.

O rinoceronte indiano é um animal de alta diversidade genética
Rhinoceros unicornis, o rinoceronte indiano, de alta diversidade genética


A Biodiversidade pode ainda ser avaliada como diversidade de ecossistemas, que se relaciona à variedade de habitats, comunidades e processos em um ecossistema, bem como aos diferentes ecossistemas de uma paisagem: desertos, florestas, manguezais, montanhas, lagos, rios ou áreas de uso agrícola. Em cada ecossistema, existem fortes relações entre as diferentes espécies e entre estas e o meio físico. A variedade dessas relações, funções e processos nos ecossistemas também definem um outro aspecto da biodiversidade.
Como as atividades humanas representam sempre impactos positivos ou negativos sobre o meio ambiente e os seres vivos, a diversidade cultural também precisa ser considerada, pois as diversas culturas humanas interagem de forma diferente com o ambiente. O nomadismo, a agricultura de subsistência, a caça-coleta e a monocultura intensiva têm impactos diferentes sobre a biodiversidade. Crenças religiosas e estruturas sociais também têm influência importante em como os recursos naturais são utilizados.
Para avaliar o grau de biodiversidade de um ecossistema deve-se considerar sua riqueza (número de espécies presentes) e a abundância relativa de cada espécie. Para duas áreas que apresentam o mesmo número de espécies, a biodiversidade será maior na área onde a quantidade de indivíduos de cada espécie for mais balanceada em relação ao total, ou seja, onde não houver grande dominância de uma espécie sobre as outras. Por exemplo, uma ilha que onde há 20 indivíduos de uma espécie de arara e 20 indivíduos de uma espécie de papagaio possui uma diversidade maior do que outra ilha onde há 10 indivíduos da espécie de arara e 30 indivíduos da espécie de papagaio.


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