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Procurando o fóssil mais antigo

dendritos
Esses dendritos podem parecer fosseis, mas eles não são.
Muitos fósseis falam por si mesmos: é difícil confundir o fêmur do T. rex com um pedregulho de formato estranho ou um elaborado fóssil de Archaeopteryx com rachaduras aleatórias em calcário. Mas outros casos não são tão evidentes. Por exemplo, examine a foto a direita. Isso é uma impressão de alguma samambaia pré-histórica? Pode parecer que sim, mas essa estrutura (chamada dendrito) não é um fóssil e é produzida pela cristalização de um mineral em outro, formando um padrão ramificado.

O problema de determinar o que é e o que não é um fóssil pode ser especialmente difícil quando se trata de microfósseis anciãos. Porque esses fósseis são organismos relativamente simples, como bactérias e algas unicelulares, sem muitos traços para identificação (como folhas ou chifres), desmistificá-los pode ser um desafio – descobrir que tipo de ser vivo eles representam, se, de fato, eles representam um ser vivo. Por exemplo, o fóssil microscópico mostrado à esquerda vem de uma rocha de 2 bilhões de anos. Mede apenas 20 micrometros – isso é menos que a largura de um fio de cabelo humano! Esse fóssil parece ser similar a alga vermelha unicelular moderna, Porphyridium (vista abaixo a direita), mas apenas na aparência, pode ser difícil dizer que organismo o fóssil realmente representa.

Eosphaera Porphyridium
À esquerda está Eosphaera, um microfóssel de 2 bilhões de anos, e à direita está Porphyridium, uma alga vermelha unicelular moderna que tem algumas semelhanças com a de microfósseis.
Para agravar o problema, microorganismos modernos podem algumas vezes invadir poros minúsculos em rochas anciãs, fazendo com que a identificação de fósseis reais seja complicada. Ainda pior, reações químicas geológicas podem produzir pequenas estruturas parecidas com bactérias e algas simples – como as apresentadas abaixo, as quais foram feitas por cientistas em laboratório. Se essas mesmas reações ocorreram na Terra primitiva, elas podem ter deixado traços que poderiam facilmente ser confundidos com fósseis. Com todas essas pistas falsas por aí, como pode um paleontologista saber o que é e o que não é um fóssil?

um filamento micróbio-como celulares encontrados em 3.465 milhões de anos um filamento de sílica-carbonato sintetizada a partir de processos inorgânicos em um laboratório
À esquerda, um filamento celular parecido com um micróbio encontrado em uma rocha de 3.465 bilhões de anos, e à direita, um filamento de carbonato de sílica, sintetizado a partir de processos inorgânicos em um laboratório.
Por sorte, a tecnologia moderna e o conhecimento científico vieram ao resgate:

  • Microscópios e técnicas de imagem melhoradas permitem que cientistas possam aproximar os fósseis para identificar marcas de vida, como a parede celular.

  • Ferramentas de análise química avançadas podem comparar a composição química do próprio fóssil e da rocha circundante para verificar qualquer indicação de que a estrutura um dia esteve viva. Essas técnicas, por exemplo, podem ajudar a identificar amostras muito pequenas de querogênio, material orgânico no qual todo ser vivo decai.

  • Elementos vêm em formas com diferentes pesos, chamados isótopos. Carbono 12 e carbono 13 (o mais pesado dos dois) são comuns na Terra, mas os seres vivos preferem usar o carbono 12. Técnicas mais sensíveis podem determinar se uma rocha ou provável fóssil contém mais carbono 12 que o esperado, sugerindo que o material pode um dia ter vivido.

Para descobrir se um fóssil é realmente um fóssil, paleontólogos utilizam-se das ferramentas acima, além de outras observações, para avaliar os seguintes critérios:

  1. O suposto fóssil se parece com um ser vivo? Em outras palavras, ele tem estruturas morfológicas consistentes com as de seres vivos?

  2. Baseado em informações geológicas, o “fóssil” se formou em um ambiente que poderia ter suportado a vida e depois preservado o fóssil?

  3. O “fóssil” tem composição bioquímica sugerindo que um dia esteve vivo? Por exemplo, tem níveis altos de carbono 12?

Supostos microfósseis que atendem todos esses critérios são bons candidatos a serem fósseis reais!

Explore mais
•  A Origem da Vida
•  Como a Vida Se Originou?
•  Estudando a Origem da Vida
•  Evolução Humana


• Dendrite photo provided by George R. Rossman, Caltech.
Eosphaera courtesy of H.J. Hofmann, McGill University.
Porphyridium photo by David Patterson, Linda Amaral Zettler, Mike Peglar and Tom Nerad.
• Apex Chert microbe-like cellular filament image provided by J. William Schopf.
• Silica-carbonate filament image provided by Ann-Kristin Larsson, Anna Carnerup and Stephen Hyde, Australian National University.
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Tradução em espanhol do site Entendendo a Evolução para Professores da Sociedade Espanhola de Evolução Biológica.