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ensaios:carlos_ernesto_candia-gallardo [2009/11/17 11:14] pauloensaios:carlos_ernesto_candia-gallardo [2011/07/20 14:40] (atual) – edição externa 127.0.0.1
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 **Seção 2**((título mais informativo para as seções)). Dentre as principais causas da chamada “crise da biodiversidade”, destaca-se((destacam-se)) a perda e fragmentação dos habitats naturais (Fahrig 2003), principalmente em regiões tropicais (Myers 1988). Corredores florestais têm sido freqüentemente defendidos como ferramentas úteis para minimizar os efeitos da perda e fragmentação dos habitats sobre a fauna (e.g., Noss 1987). No entanto, há uma notável falta de evidências empíricas que suportem((anglicismo, preferível "sustentem")) sua eficiência como ferramenta de conservação, particularmente na Mata Atlântica. Em meu projeto de mestrado pretendo lançar luz sobre esta questão, utilizando aves como grupo //surrogate//((não há termo em portuguẽs?)). Para tanto, estou avaliando se: i) corredores aumentariam a mobilidade de aves de subosque em paisagens fragmentadas e ii) como  as características dos corredores (largura e umidade) influem em sua capacidade de servir como habitat para aves florestais. **Seção 2**((título mais informativo para as seções)). Dentre as principais causas da chamada “crise da biodiversidade”, destaca-se((destacam-se)) a perda e fragmentação dos habitats naturais (Fahrig 2003), principalmente em regiões tropicais (Myers 1988). Corredores florestais têm sido freqüentemente defendidos como ferramentas úteis para minimizar os efeitos da perda e fragmentação dos habitats sobre a fauna (e.g., Noss 1987). No entanto, há uma notável falta de evidências empíricas que suportem((anglicismo, preferível "sustentem")) sua eficiência como ferramenta de conservação, particularmente na Mata Atlântica. Em meu projeto de mestrado pretendo lançar luz sobre esta questão, utilizando aves como grupo //surrogate//((não há termo em portuguẽs?)). Para tanto, estou avaliando se: i) corredores aumentariam a mobilidade de aves de subosque em paisagens fragmentadas e ii) como  as características dos corredores (largura e umidade) influem em sua capacidade de servir como habitat para aves florestais.
  
-Um dos objetivos específicos da minha pesquisa é avaliar quais espécies se beneficiam pela presença de corredores. Para tanto realizo contagens de aves (ponto fixo) em corredores de diferentes larguras, bem como em fragmentos e áreas de mata contínua. Prevejo duas possibilidades: i) não há espécies particularmente beneficiadas pelos corredores, e conseqüentemente, as espécies encontradas nos mesmos seriam um subconjunto aleatório das espécies da região; ou ii) há espécies particulares que se beneficiam dos mesmos, e as espécies encontradas nos corredores largos seriam um subconjunto aninhado((há dois conceitos aqui que devem ser separados: (1) uma comunidade é subconjunto da outra, (2) este arranjo se repete ao longo do gardiente fragmento/corredores largos/corredores estreitos, criando um aninhamento das espécies)) do pool total de espécies da região; ainda, as espécies encontradas nos corredores mais estreitos seriam um subconjunto aninhado das espécies encontradas nos corredores mais largos. No cenário i) estariam em operação processos estocásticos((no cenário ii também também pode haver outros processos estocásticos, pois mesmo sob aninhamento a ocorrẽncia não é absolutamente previsível, por exemplo, devido à detectabilidade das espécies )) já que a composição de espécies nos corredores não poderia ser prevista ((não estou certo de que imprevisibilidade é condição necessária e suficiente para estocasticidade. Vejo que vc usou estes critério ao longo do ensaio, mas valeria logo no início demonstrar isto)). Já no cenário ii) estariam operando processos determinísticos((complementando a antepenúlima observação, me parece melhor formular o problema da seguinte forma: sob o cenário ii há um processo determinístico ausente sob o cenário i)), já que a composição de espécies nos corredores seria previsível. Cada um destes cenários apresenta implicações importantes para a conservação. No cenário ii) a utilidade dos corredores seria mais restrita, pois apenas um grupo determinado de espécies responderia positivamente a((à)) implementação de corredores, enquanto que as demais espécies requereriam outras estratégias de conservação.+Um dos objetivos específicos da minha pesquisa é avaliar quais espécies se beneficiam pela presença de corredores. Para tanto realizo contagens de aves (ponto fixo) em corredores de diferentes larguras, bem como em fragmentos e áreas de mata contínua. Prevejo duas possibilidades: i) não há espécies particularmente beneficiadas pelos corredores, e conseqüentemente, as espécies encontradas nos mesmos seriam um subconjunto aleatório das espécies da região; ou ii) há espécies particulares que se beneficiam dos mesmos, e as espécies encontradas nos corredores largos seriam um subconjunto aninhado((há dois conceitos aqui que devem ser separados: (1) uma comunidade é subconjunto da outra, (2) este arranjo se repete ao longo do gardiente fragmento/corredores largos/corredores estreitos, criando um aninhamento das espécies)) do pool total de espécies da região; ainda, as espécies encontradas nos corredores mais estreitos seriam um subconjunto aninhado das espécies encontradas nos corredores mais largos. No cenário i) estariam em operação processos estocásticos((no cenário ii também também pode haver outros processos estocásticos, pois mesmo sob aninhamento a ocorrência não é absolutamente previsível, por exemplo, devido à detectabilidade das espécies )) já que a composição de espécies nos corredores não poderia ser prevista ((não estou certo de que imprevisibilidade é condição necessária e suficiente para estocasticidade. Vejo que vc usou estes critério ao longo do ensaio, mas valeria logo no início demonstrar isto)). Já no cenário ii) estariam operando processos determinísticos((complementando a antepenúlima observação, me parece melhor formular o problema da seguinte forma: sob o cenário ii há um processo determinístico ausente sob o cenário i)), já que a composição de espécies nos corredores seria previsível. Cada um destes cenários apresenta implicações importantes para a conservação. No cenário ii) a utilidade dos corredores seria mais restrita, pois apenas um grupo determinado de espécies responderia positivamente a((à)) implementação de corredores, enquanto que as demais espécies requereriam outras estratégias de conservação.
  
 //Mas, e os modelos nulos?//((melhor usar o recurso de cabeçalhos com diferentes níveis (botões H1, H2, H3) para enfatizar a estrutura lógica do ensaio))  //Mas, e os modelos nulos?//((melhor usar o recurso de cabeçalhos com diferentes níveis (botões H1, H2, H3) para enfatizar a estrutura lógica do ensaio)) 
  
-Vejo a análise de aninhamento com modelos nulos uma ótima opção para avaliar quais espécies seriam beneficiadas pelos corredores. Através da construção de um modelo nulo posso simular como seriam os padrões de composição de espécies segundo o cenário estocástico e comparar com o padrão observado ((retomando sugestão anterior, me parece que as hipóteses de aninhamento não são a mesma coisa. Vc poderia incluir um terceiro cenário em que cada tipo de hábitat tem um subconjunto diferente, ou mesmo que não há subconjunto, mas //assemblages// diferentes, mas que ainda não são o mesmo que distribuição ao acaso das espécies pelos hábitats. Estes cenários se aproximam de um arranjo em compartimentos ou módulos)).+Vejo a análise de aninhamento com modelos nulos uma ótima opção para avaliar quais espécies seriam beneficiadas pelos corredores. Através da construção de um modelo nulo posso simular como seriam os padrões de composição de espécies segundo o cenário estocástico e comparar com o padrão observado ((retomando sugestão anterior, me parece que as hipóteses de subconjuntos e de aninhamento não são a mesma coisa. Vc poderia incluir um terceiro cenário em que cada tipo de hábitat tem um subconjunto diferente, ou mesmo que não há subconjunto, mas //assemblages// diferentes, mas que ainda não são o mesmo que distribuição ao acaso das espécies pelos hábitats. Estes cenários se aproximam de um arranjo em compartimentos ou módulos, e não de aninhamento)).
  
 Uma questão crucial, além da escolha da métrica de aninhamento, seria a construção do(s) modelo(s) nulo(s), já que esta é parte a mais controversa da inferência estatística em análises de aninhamento (Ulrich et al. 2009). Se um modelo nulo não for cuidadosamente construído, a hipótese nula pode não ser rejeitada porque o modelo incorporou alguns dos processos os quais deveria revelar, ou porque simplesmente tem um baixo poder estatístico((por que?)) (Gotelli e Graves 1996). Uma questão crucial, além da escolha da métrica de aninhamento, seria a construção do(s) modelo(s) nulo(s), já que esta é parte a mais controversa da inferência estatística em análises de aninhamento (Ulrich et al. 2009). Se um modelo nulo não for cuidadosamente construído, a hipótese nula pode não ser rejeitada porque o modelo incorporou alguns dos processos os quais deveria revelar, ou porque simplesmente tem um baixo poder estatístico((por que?)) (Gotelli e Graves 1996).
  
-((para quem não conhece modelos nulos, a passagem para este parágrafo ficou muito brusca. Faltou incluir uma frase indicando que uma das escolhas que afeta muito os aspectos tratados acima é a maneira como se restringe estes totais. Para isto, também é preciso explicar que estes modelos são essencialmente permuytrações de valores de uma matriz, sendo as colunas as manchas de hábitats e as linhas as espécies, e cada elemento da matriz contém o valor de abundãncia de cada espécie em cada mancha)) Parece-me coerente restringir o número de espécies de acordo com a largura do corredor, i.e., fixar os totais marginais das colunas da matriz, já que a relação riqueza-largura se assemelha a relação espécies-área (Candia-Gallardo e Metzger dados não-publicados). Portanto, é biologicamente plausível supor que corredores estreitos sempre terão menos espécies que corredores mais largos e incorporar esta restrição ao modelo. Já fixar o número de localidades por espécie, i.e., os totais das linhas não é uma decisão óbvia. Parece-me razoável construir dois modelos, ambos com as colunas fixas, porém um com os totais marginais das linhas fixos e outro com estes totais “equiprovavéis nulos” (sensu Ulrich et al. 2009). No primeiro caso, o número de ocorrências de cada espécie seria mantido, e a “abundância relativa” das espécies seria considerada como resultado de processos determinísticos. No segundo caso a “abundância relativa” das espécies seria deixada livre e considerada resultado de processos estocásticos. Múltiplas hipóteses alternativas podem ser testadas com múltiplos modelos nulos (Schluter e Grant 1984, Graves e Gotelli 1993, Gotelli e Graves 1996).+((para quem não conhece modelos nulos, a passagem para este parágrafo ficou muito brusca. Faltou incluir uma frase indicando que uma das escolhas que afeta muito os aspectos tratados acima é a maneira como se restringe estes totais. Para isto, também é preciso explicar que estes modelos são essencialmente permutações de valores de uma matriz, sendo as colunas as manchas de hábitats e as linhas as espécies, e cada elemento da matriz contém o valor de abundância de cada espécie em cada mancha)) Parece-me coerente restringir o número de espécies de acordo com a largura do corredor, i.e., fixar os totais marginais das colunas da matriz, já que a relação riqueza-largura se assemelha a relação espécies-área((se os corredores têm aproximadamente o mesmo comprimento, isto é exatamente uma relação espécie-área. Se não é isto e de fato é a largura que importa, vale a pena indicar e explicar brevemente)) (Candia-Gallardo e Metzger dados não-publicados). Portanto, é biologicamente plausível supor que corredores estreitos sempre terão menos espécies que corredores mais largos e incorporar esta restrição ao modelo. Já fixar o número de localidades por espécie, i.e., os totais das linhas((vírgula)) não é uma decisão óbvia. Parece-me razoável construir dois modelos, ambos com as colunas fixas, porém um com os totais marginais das linhas fixos e outro com estes totais “equiprovavéis nulos”((explicar melhor o que é isto)) (sensu Ulrich et al. 2009). No primeiro caso, o número de ocorrências de cada espécie seria mantido, e a “abundância relativa” das espécies seria considerada como resultado de processos determinísticos. No segundo caso a “abundância relativa” das espécies seria deixada livre e considerada resultado de processos estocásticos. Múltiplas hipóteses alternativas podem ser testadas com múltiplos modelos nulos (Schluter e Grant 1984, Graves e Gotelli 1993, Gotelli e Graves 1996)((como conversamos, ficaria melhor se as hipóteses alternativas formam uma hierarquia, indo da menos restritiva para a mais restritiva)).
  
-Através da abordagem de modelos nulos considero que serei capaz de avaliar se apenas um grupo particular de espécies é beneficiado pelos corredores ou não. Tal abordagem também pode ser utilizada em estudos que visem identificar espécies sensíveis, por exemplo, a perda e fragmentação dos habitats. Um dos pontos-chave na biologia da conservação é a identificação acurada de espécies susceptíveis a extinção, esforço este emblematizado pela confecção de listas de espécies ameaçadas (e.g., IUCN 2009).+Através da abordagem de modelos nulos considero que serei capaz de avaliar se apenas um grupo particular de espécies é beneficiado pelos corredores ou não((ok, mas denovo, isto é uma hipótese diferente de aninhamento)). Tal abordagem também pode ser utilizada em estudos que visem identificar espécies sensíveis, por exemplo, a((à)) perda e fragmentação dos habitats. Um dos pontos-chave na biologia da conservação é a identificação acurada de espécies susceptíveis((suscetíveis)) a((à)) extinção, esforço este emblematizado pela confecção de listas de espécies ameaçadas (e.g., IUCN 2009).
  
-A abordagem de modelos nulos com certeza apresenta algumas limitações. Por exemplo, pode ser que algumas espécies estejam presentes (ou não) nos corredores de forma determinística e outras de forma estocástica. Não estou certo se esta abordagem por si só seria capaz de identificar padrões deste tipo. Não obstante, me parece uma alternativa mais robusta à minha antiga opção, a qual consistia no uso de técnicas de ordenação (NMDS). A interpretação biológica dos eixos de ordenação por vezes não é obvia (G. Ferraz com. pess.). Considero o uso de análise de aninhamento aliada a uma construção cuidadosa de modelos nulos uma opção mais elegante.+A abordagem de modelos nulos com certeza apresenta algumas limitações. Por exemplo, pode ser que algumas espécies estejam presentes (ou não) nos corredores de forma determinística e outras de forma estocástica. Não estou certo se esta abordagem por si só seria capaz de identificar padrões deste tipo. Não obstante, me parece uma alternativa mais robusta à minha antiga opção, a qual consistia no uso de técnicas de ordenação (NMDS). A interpretação biológica dos eixos de ordenação por vezes não é obvia (G. Ferraz com. pess.)((Aproveito esta deixa para fazer meu principalo comentário geral sobre o ensaio, que gostei muitoA relação estocástico-determinístico foi extensamente discutida na biologia e ecologia. Uma contribuição importante que vc deve usar é o livro Dialectical Biologist (Levins & Lewontin, tem na biblioteca), que trata disto e propõe que a decisão entre estocástico e determinístico não é absoluta, mas contigente à sua formulação do sistema e questão que pretende responder. Além disto, há uma extensa crítica sobre o valor explicativo de técnicas correlativas, como as multivariadas, o que te daria um belo gancho para este parágrafo final. O capítulo do personagem fictício Nabi sobre o tema é fantástico. Estes dois tópicos estão estreitamente ligados, como eles mostram, e acho muito emblemático que vc tenha migrado de uma abordagem correlacional para uma de modelos nulos, com o evidente ganho de explicitar hipótese alternativas de mecanismos. Todas estas considerações podem te ajudar a fazer uma conclusão mais contundente. Este último parágrafo me pareceu basicamente repetição dos argumentos já apresentados.)) Considero o uso de análise de aninhamento((modelos nulos são mais do que análise de aninhamento, algo que precisa ser melhor explorado ao longo de todo o texto.)) aliada a uma construção cuidadosa de modelos nulos uma opção mais elegante.
  
 **Bibliografia** **Bibliografia**
ensaios/carlos_ernesto_candia-gallardo.1258456463.txt.gz · Última modificação: 2011/07/20 14:39 (edição externa)
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